segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Caisuma uma bebida estranha feita pelos Kurinas.


Quando fiquei um bom tempo me relacionando com os Kurinas, seus costumes, me surpreendiam a cada instante. Em uma noite  de um mês de Agosto, quando o céu tropical da Amazônia se enche com milhões de estrelas, em um espetáculo difícil de se ver em outro lugar da terra, que não estejam bem nos trópicos, os meus amigos aproveitam para  fazer uma farra tomando  Caisuma.   Seria muito normal este comportamento, se a bebida  em questão, eu não tivessse visto ser preparada. Dois dias antes, eu notei uma agitação entre as mulheres da tribo. Se reuniam e com cestos  confeccionados de cipó ou talas de palha de Buriti, partiam para a roça de Macaxeira. O que estranhei, foi a quantidade de Mulheres que iam na expedição, pois sabia eu que todos os trabalhos da tribo, são elas que fazem, e sempre via uma ou duas, irem buscar as raízes de Macaxeira para seus consumos diários, mas naquele dia, seria muita a quantidade que colheriam.  Os homens não  participam de nenhuma atividade assim... a eles fica o dever de caçar, pescar, e vez por outra, se surge uma oportunidade, assaltar o roçado de alguém, mas sempre elas estarão perto para trazer o produto do furto. Quando voltaram com a pesada carga, após uma efusiva e calorosa recepção, [não normal] formou-se uma roda de mulheres que começou a  descascar, e cortando em pedaços pequenos, os colocavam na boca, e os mastigavam bastante, mas não os comiam: cuspiam os moídos pedaços em uma grande espécie de bacia; todas ao mesmo tempo.  Não entendi a finalidade daquele comportamento, e curioso, perguntei ao meu amigo Rubio, [chefe Tuxáua da tribo], para que estavam fazendo aquilo, sua resposta me deixou surpreso e  constrangido, pois ele explicou, que aquele era o método de fazer as raízes fermentarem. Aqueles pedaços que estavam sendo moídos na boca ficaram alí fermentando por dois dias e só então seria preparada a Caisuma.   Depois disto,desta esclarecedora informação jurei a mim mesmo, que nunca tomaria tal bebida. Tomada em demasia, ela tem efeito embriagante, mas somente assisti a tribo toda consumir, enquanto dançavam, bonitas danças tradicionais. Nesta animada noite estrelada, até as crianças que apareceram lá tomaram.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

CURIOSIDADES DOS íNDIOS kURINAS


Como já falei antes, vivi um tempo da minha vida muito ligado a uma tribo dos Kurinas. Cheguei a residir com eles na aldeia, e tornei-me um membro da tribo embora, guardando comigo uma imensa parte dos meus costumes, mas sempre procurando não impor para eles a minha cultura e sim, querendo apreender o que podia com eles.   Lembro bem que na chegada das chuvas, a selva fica fervilhando de vida nas poças d'água que se formam, após cada chuva forte e assim o rio que cresce vai absorvendo, e engolindo a várzea. Existe um tipo de rã, que não é muito grande e que os seringueiros chamam: Sapo de Enxurrada.  existem as centenas e  como se surgissem em um passe de mágica, após cada chuva se ouve seu canto em todo lugar. Bom, os índios então constroem paneiros [Cestos de cipós trançado com a trança não muito fechada]do grosso e fino alternando, e então em alguma manhã depois de uma noite inteira de chuva Amazônica, daquelas que passa a noite inteira chovendo fino e grosso em uma alternância constante, se reúne quase a tribo inteira, pois na aldeia ficam apenas os anciãos e as crianças bem pequenas, o restante entra na selva e começa a caça a estes animais. É uma festa, logo todos estão coletando rãs e jogando dentro dos paneiros que devem ter uma tampa de palha, mas o difícil é manter as rãs quietas dentro. Depois de horas de atividade ja com uma carga completa nos cestos, que não são tão grandes, a tribo retorna, cantando uma música de alegria.  Ao chegar a aldeia uma fogueira ja foi acessa e tem água, em uma grande panela que deve estar fervendo. As dezenas de rãs  são então atiradas dentro deste recipiente e cozidas pelo fato da água estar borbulhando ao ferver.  Três minutos no máximo e os homens  e mulheres derramam a água e logo ao seguir começa o festim da comilança, geralmente acompanhado por pedaços de Macacheira bem cozida. Por vezes vi índios e índias com uma rã ainda contraindo as pernas , dentro da boca  sem nenhum escrúpulo. Preciso dizer que nem as vísceras se retiram antes de degustar. Com o calor as tripas se retraem e ficam emboladas em um montinho.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Novembro começa a época da enchente, nosso inverno.


Nos rios estreitos como o querido Eiru, neste mês de novembro, acontecem os primeiros "ripiquetes" que é como chamamos as primeiras investidas do Rio para crescer seu volume de água. Um outro afluente do grande Jurua, fica um pouco abaixo da foz do Eiru, é o Rio Tarauacá, bem maior que o Eiru e sem dúvidas o rio mais barrento que conheço, sua água nesta época do ano, se transforma em uma lama fina e para beber, as pessoas tem que coletarem água e deixarem decantar por mais de uma hora em um vaso para que a lama fique acomodada no fundo e então ter água relativamente limpa em cima. Viajando subindo o rio, é impressionante, a quantidade de detritos que desce na forte correnteza deste rio. No Rio Eiru, o que predomina a chegada das cheias, é uma espuma bem espessa embora pouca ,que fica nas margens em face da queda de barranco por conta da correnteza.  Para quem sangra as Seringueiras, a coleta do corte diário sofre um abalo, pois as chuvas que caem diariamente sempre entram nas tigelinhas que estão enfiadas nas árvores e água faz o latex transbordar. No início da temporada, o Rio avança devagar, mas logo subirá com impetuosidade e as margens nas várzeas se cobrirão de água criando ilhas que sempre ficam repletas de animais e sobretudo Cobras peçonhentas como as Surucucus que se camuflam nas margens e atacam os incautos caçadores que invadem as ilhas.

sábado, 9 de novembro de 2013

Curiosidade bem estranha , para capturar grandes peixes, tipo Jaú. Parte 2


Em uma fase de minha vida, quando trabalhava gerenciando todos os seringais do alto Rio Eiru, resolvi deixar de fumar. Eu era um  viciado visceral, compulsivo e, dominado realmente  pelo vício.  Chegava a  consumir uma  média de cinco maços por dia. Para se ter  ideia eu pesava apenas 58 Klos, e como é próprio de  quem fuma, eu também era dono de uma insistente Tosse que, se não  atrapalhava demais, era constante.  Quando deixei de  fumar, me senti perdido  e, para não cair no fracasso da atitude, reuni uns amigos meus do seringal, e organizei uma expedição de exploração ao Alto Rio em uma , área que nem a seringa era explorada pela extrema dificuldade  de acesso mesmo em pequenas canoas, tal a quantidade  de obstáculos que encontrávamos  em cursar seu leito. A cada curva, uma árvore que caia, outros velhos troncos que ainda permaneciam fortes, muitos cipós que se entre cruzavam no alto das árvores e se estreitavam caindo em forma de espessas moitas, fechando o Rio que nestas alturas, era apenas um estreito  Igarapé. Muitos animais encontramos, macacos Guaribas, Pregos, Pretos, os Acaris dos dois tipos [ um de cada lado  do Rio, impressionante como não cruzavam o pequeno espaço que os separava.], além de Antas, porcos Queixada, muitas Pacas, vário tipos de aves, enfim o Paraíso para quem como eu na época era um exímio  atirador e gostava muito de caçar. A medida que avançávamos,a água sempre barrenta, se tornava bem mais limpa e dava para ver centenas de  Matrinchãs, velozes que pareciam setas  douradas , que se dispersavam quando nos viam. Outros peixes passavam também, eram  pacus, e uma infinita variedade  de pequenas Piabas, além dos grandes peixes de couro que ficavam sempre perto  dos poços mais fundos que se formavam , e que escondiam  ao perceber nossa presença, centenas de Pacus  Mafuras, e os grandes Jaús, esporadicamente, uma cobra Sucuri . Era como se fosse a elaboração desses filmes americanos de selva no qual, os animais de Zoos, são alugados para figurar... uma diferença: ali era a Natureza mesmo,majestosa e selvagem.   Após  oito dias de caminhada  ja andando mesmo pois as canoas ha muito não podiam mais trafegar, resolvemos voltar , pois sentimos que o Rio ainda cursaria muito longe.  Depois que passamos por um último afluente de nome Ciparú, só soubemos quem era o Eiru,  pela presença das Imbaúbas que no afluente não existiam.  Não matamos senão para comer, pois nem era possível transportar a caça até a canoa, que estava muito abaixo, em um Igarapé, de nome Currupião . Na viagem toda as quatro horas da  tarde, era necessário parar  para  fazer um "Tapiri" [nome que se dá , a pequenos abrigos feitos com palha para pernoite ou proteção de uma grande chuva.] mas os nossos eram espaçosos , a expedição contava com duas canoas e oito homens. A fartura de palheiras nas margens do Eiru , facilitava a construção bem  acelerada, pois contávamos com pregos, martelo e um bom serrote, além de terçado[Facões].
                                                PARTE   2   

Sempre ao deitar, após desfrutar de uma saborosa refeição, [levamos, os temperos para melhorar a comida, Pimenta de reino, Cuminho, Cebola,  Manteiga, Extrato de Tomate ] com este  verdadeiro luxo  para a ocasião,  e com uma caça fresquinha, além da  fome causada pelas horas de trabalho, sempre as refeições eram verdadeiros banquetes. A cada noite uma grande fogueira era  acessa, pra afazer a comida e para afugentar os predadores naturais.  Sempre ouvimos as Onças Pintadas, esturrando, dando aqueles urros que emite com a boca voltada para o chão e que chega a estremecer a Floresta e afugenta os animais que em pânico, correm em todas as direções, geralmente caindo algum no seu poder.   Apesar de temeroso, é muito bonito ouvir aquele som. Também, o canto dos Jacamins, que em bandos de até cem indivíduos, repousam no alto das árvores, pois os dias passam caçando insetos no solo. Cantam de hora em hora, e se é noite de Lua, fazem um belo concerto.  A selva, bem distante dos lugares habitados pelos humanos, é diferente ema tudo. Sons que você nem identifica, luzes, de insetos e também de folhas em decomposição que no solo, parecem uma renda de minúsculas luzes, pois são florescentes, ao caminhar você tem a sensação de estar pisando em estrelas, é lindo, é mágico.  Mas como eu ia dizendo, sempre antes de deitar e ficar jogando conversa fora, armávamos linhas possantes com grandes anzóis para pescar  os Jaús, peixes imensos  e feios, pois a sua cabeça é desproporcional ao corpo, chegando a medir um terço de seu tamanho. São abundantes no Rio, e cada noite pegávamos um. Os meus amigos gostavam de fritar rolas de seu corpo, e comer com farofa de  farinha de mandioca.  Só era colocado uma única linha, para não capturar mais que o necessário. Bom agora vou narrar a curiosidade que deu razão ao texto:  sempre a linha era colocada as oito horas da  noite e no máximo as oito e vinte algum peixe ja estava fisgado. Nesta noite não foi diferente, senão pelo tamanho exagerado do monstruoso  e esfaimado peixe que nem deixou  a linha tocar  o leito do rio, logo abocanhou e nadou um pouco. Fui surpreendido pelo  fato, mas segurei a linha, e o peixe sentindo  resistência, simplesmente deitou , e ficou imóvel.  Tentei puxar, mas nada consegui. Chamei um dos participantes da comitiva, e nós dois também não conseguimos. Parecia que o anzol havia ficado preso em algum tronco imerso, não se movia.  Logo os outros amigos chegaram e um, que era mais experiente nestas pescarias neste Rio, falou: é um Jaú dos grandes e ele está na linha.  A equipe toda de oito homens estava tentando e nada. Foi então que um dos homens falou: eu estou mascando uma "brejeira"...ou seja ele estava com um pedaço de tabaco regional dentro  da boca, Pediu-me licença para usa-la para dominar o peixe  e, surpreso perguntei brincando: você quer ir até ele e oferecer tabaco?  Todos riram mas o Sabiá [apelido do mascador] retirou o melado e viscoso pedaço de tabaco da boca e sem lavar, fechou a mão com o pedaço dentro e começou a friccionar a linha para cima e para baixo.   Quase não acreditei quando senti a linha afrouxar e ver o imenso peixe se deslocando para  a superfície. Então conseguimos puxar para a margem e com o auxílio de varas improvisadas  como lança, matar o imenso animal.  Creiam se eu não estivesse ali, não acreditaria. Ja tinha conhecimento que  este método  era usado mas, supunha que era apenas mais uma historia de caboclo pescador.   PURA VERDADE   !!!
                                                         

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O encanto da Bio diversidade


Ontem passei o dia na selva , cheguei em casa ao entardecer,ao anoitecer liguei a luz do meu banheiro e fui ao banho. Estava cansado,e comecei a observar a enorme quantidade de pequenas , e minúsculas borboletas e mariposas  noturnas que começavam a entrar e pousar nas lajotas da parede . Umas mais bonitas que as outras, com desenhos lindos ornamentando suas asas. Algumas tão pequenas e de formatos tão estranho, que desejei ser um "expert"em Fotografias para captar imagens macro e poder dividir com o mundo, esta riqueza que a grande maioria de meu povo sequer nota a presença.  Uma em especial chamou-me a atenção: bem pequena, talvez meio centímetro de ponta a ponta das asas, mas seu estilo, seu desenho lembrava um destes aviões supersônicos ultra modernos.  Mais ainda me prendeu a atenção, quando a ví se deslocando e articulando as asas, de formas que pareciam se emendar.  Vou desenha-la e postar em breve. Farei um desenho do tamanho real, e outro ampliado para mostrar o estilo arrojado de sua anatomia.   Cada vez mais me convenço que a Amazônia continua sendo um mundo a explorar. Temo que mundo está se perdendo, se extinguindo antes mesmo de ser conhecido. Srs. Biólogos e outros cientistas, venham conhecer nossa terra. Tenho certeza que aqui, se convenceriam de que precisamos, parar a destruição que  está acontecendo de árvores, e assim de  muitos habitantes das  mesmas.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Mudança de clima, afeta a vida de animais na minha região.


    Na minha condição de  admirador, e observador da minha terra, apesar de  autodidata, tenho percebido, que a mudança real de clima, o  descompasso das chuvas, que enchem os Rios, que cobrem várzeas, tem causado um impacto na população de pequenos seres, que em cadeia no próprio sistema alimentar do meio ambiente, vai afetando outros maiores que os  consomem, e assim sucessivamente.       A quarenta anos atrás, a temporada de frio  no inverno do Sul e Sudeste, era presente aqui na região com "Friagens"fortes e, com datas certas para acontecerem. Agora, este fenômeno que ocorria sempre em  Meados de Maio e tinha sua força no mês de Junho, e mesmo perdendo força seguia em Julho, agora, aparece esporadicamente e em curtos espaços de tempo, sem um data  certa de acontecer. As águas costumavam descer, em fins de Abril, Maio e junho já estava bem seco possibilitando aos habitantes dos pequenos rios e igarapés, "roçarem" suas estradas de Seringa, escolherem suas terras  para um roçadinho de mandioca, enfim começarem o ciclo produtivo do ano em curso.  As "Friagens", tem a função de secar as matas, enxugar as várzeas, os caminhos , na Selva em tempo hábil para os trabalhos. Com esta nova onda de clima, sem um frio regular, tudo foi modificado, e até os poços que sempre ficavam cheios de Tamboatá, um pequeno peixe cascudo que , ficava retido as centenas, em pequenos poços de máximo cinco metros de circunferencia, agora já quase  não existem, pois os poços não de definem como antes. Estes poços tem uma particularidade: dentro de cada um deles, fica um casal de PORAQUÉS, [ os peixes elétricos. ] e para despecar a pequena lagoa, é necessário retirar o casal, geralmente , uuma engraçada aventura.  Diga-se que: enquento não se retirar os Poraqués,o poço não seca, mesmo que se retirem a maioria dos peixes cascudos.  Os  peixinhos naturalmente alimentam o casal, que por um processo desconhecido para mim, retribuem a alimentação não permitindo que mesmo um Verão forte, seque o  seu habitat. Quando matam os Poraqués, mesmo que restem muitos tamboatás dentro do poço, logo ele estará totalmente seco. A eleytricidade dos Poraqués, é então o preservador da água. Ao revirar  o pequeno espaço na cata dos peixinhos, a água se torna lamacenta e os peixinhos só sobrevivem porque respiram Oxigênio puro, mas se os Poraques permanecerem vivos a água novamente ficará limpa e potável, se no entanto os matarem, não haverá retorno de decantação da água e a lama secará matando tudo que ficou, pois endurecerá em pouco tempo. Rios que antes secavam muito, agora permanecem com água muito além do que era antes. Várzeas que eram cultivadas com Milho, Arroz, nem sempre oferecem condições de cultivo.   Mudou, antes no  periodo que chamamos Verão eram raras as  chuvas e tinha tempo certo para  cairem, este ano agora 2013, quase não tivemos Verão, choveu o tempo todo e agora nente mês de Outubro, devia estar começando a temporada de chuvas que, já está instalada ha tempos.  Lamento, que até aqui neste mundo perdido, os consequencias da brutal POLUIÇÃO, tenham chegado e desregulado um relógio biológico que sempre e sempre, regeu as regras de nossa  vida.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Papagaios os barulhentos da Selva.

Nossos conhecidos, e folclóricos amigos, que figuram até como mascote de Piratas nos bons e velhos filmes americanos de Capa e Espada. Aves abundantes em muitas florestas do Planeta, aqui na amazônia, existem em diversidade bem expressiva, tendo seu mais alto representante, nas coloridas e belas Araras. No Rio Eiru, a família começa [ em escala crescente de estatura,] com um minúsculo Periquito, que cabe perfeitamente dentro da mão de um homem de tamanho normal, anda aos bandos e, é conhecido como:Papa-cu. De coloração totalmente verde, ele voa em companhia de um primo bem maior, cujo bando geralmente tem centenas de indivviduos, e gostam de comer residuos de sal nas fazendas, onde se cria Gado Bovino. Um que tem na sua testa, uma mancha amarela, é conhecido com o nome de Estrela, e tem fama de aprender muitas palavras. É facilmente encontrado nas barracas dos seringais criado como animal de estimação. Sempre são criados aos pares ou ,até seis. Ficam bem doceis e apegados a algumas pessoas da família. Um  pouco maior ainda, não tem cores diversas da varde. Estes são chamados Periquitos e seu rabo é curto. Então vem as Curiquinhas, que embora sejam de tamanho equivalente aos Periquitos, são uma miniatura das Araras e com os rabinhos bem longos, e bem coloridas. Tem tres tipos destas. Uma nidifica sempre em troncos velhos carcomidos, e gostam de procura-los no meio das derrubas dos roçados de mandioca. Os periquitos comuns fazem ninhos dentro da floresta, bem como os outros da família. Na sequencia de tamanhos, aparecem agora as grandes Curicas que tem uma variedade de cinco espécies, com cores variadas embora predomine o verde. Duas se destacam pela beleza, uma de cabeça negra com detalhes no corpo de um amarelo ouro e vermelão, e outra com a cabeça azul. Passamos então as Maracanas, são Araras de tamanho médio, e variam as cores de verde com azul ou vermelho. São pereseguidaspelos ribeirinhos, pois adoram comer o milho que sempre é plantado nas praias, na parte de cima. Os agricultores as vezes constroem pequeninas baracas nas quais deixam crianças  para afugenta-las, outras vezes o velho espantalho, sempre vestido com alguma peça de roupa velha. Agora é a vez dos Papagaios,  tres tipos são encontrados: um comum, totalmente verde[ o menor deles ] outro com a mancha amarela e tambem com o nome Estrela, é bem esperto e aprende a falar frases, cantar algumas partes de música embora a pronuncia seja um tanto quanto  diferente...o ultimo é um papagaio grande, e tem ao redor dos olhos uma lista branca. Tem o corpo do tamanho do de uma Arara, e não sei porque, é conhecido como: papagaio Urubu.  É um contra senso haja vista que náo tem uma pena negra..Na familia agora só falta falar das lindas Araras, que são a Canindé azul e amarela, e a Vermelha, que tem na região das asas, penas amarelas, azuis e verdes, e as penas longas de sua cauda são azuis.  Algumas aprendem a falar poucas palavras embora seja um fato raro. Quando na Floresta, são barulhentas, brincalhonas e andam aos bandos de até trinta indivíduos. Quando formam um casal, esta união é para todo o sempre e, na morte de um, fatalmente o outro morrerá. Gostam de comer cocos, tem um bico fortissimo, e são facilmete domesticaveis, quando chegam novinhas da Selva. Neste desenho, vocês podem notar que estão meio de lado e prontos para sair voando...é que são arredios e sempre que os vemos, tratam de sair andando de lado. Lamentavelmente, sei que é porque são perseguidos e mortos para se transformarem, em comida                                                         

POR FAVOR AJUDEM_ME A PRESERVAR ESTE MUNDO ENCANTADO DA AMAZÕNIA

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Cena típica do "inverno". as várzeas são cobertas pela água do rio.

Nas cheias dos rios, as partes baixas, próximo a foz, as várzeas, ficam submersas por grandes extensões. Os caboclos residentes, embora acostumados a esta situação, ano após ano, sofrem por conta de seus animais.  Os que criam gado bovino, sempre tem um campo na terra firme, mas cães, galinhas, porcos, tem que ser cuidados perto deles, e então, vem o cuidado constante, quer seja no improviso de um local para acolhe-los, quer seja para conseguir comida, ainda para evitar o assedio de animais predadores[sobretudo as cobras Sucuris] e assim, esta cena retrata com fidelidade, o cotidiano de uma família ribeirinha do baixo rio Eiru . Aqui veja que o cachorro está alojado dentro de uma canoa, é para não sujar a casa, o porco descansa em cima de uma pequena balsa de toras de Imbaúba, e o tempo passa lentamente indiferente a monotonia que se instala.

domingo, 29 de setembro de 2013

Aa quinzenas

Ao rever este desenho, me transporto aos anos em que fugido do golpe Militar que apelidaram de "Revolução", tive que sair fugido de Manaus e vir para Eirunepé, para trabalhar nos seringais de minha família.  Aqui ja estava meu irmão Edy, que viera, de avião tendo que passar antes por São Paulo, depois atravessando o centro Oeste brasileiro, chegando ao Acre e então, em um pequeno avião [raro na época]  chegar a Eirunepé.  Cheguei bem depois dele e tão logo cheguei, ja fui designado por meu pai para trabalhar como  seu ajudante no gerenciamento dos seringais do alto Rio Eiru.    Um afluente médio do grande Jurua, com caracteristicas semelhantes, ao seu irmão maior, o EIRU, traçava seu caminho em um milhão  de intermináveis curvas, de  prais curtas, de leito  raso e de obstáculos acumulados durante as cheias de cada ano, numa constante renovação de empecilhos a uma navegação mesmo para um pequeno barco como o nosso. Trechos que percorriamos em uma hora quando estava cheio,  passavamos as vezes dois ou mais dias, tentando ultrapassar os troncos grossos, que atravessavam de um lado a outro. mas...como negar?   TENHO SAUDADES>

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A imponente Anta "Rozia"

Belo animal, passa a maior parte de sua vida na água, e vive sempre ao redor de um rio ou igarapé. Muito perseguida pelo sabor da carne que os caboclos e índios gostam muito, a Anta está fadada a desaparecer em pouco tempo se não houver uma política SÉRIA de contenção. O mesmo ocorre com muitas outras Espécies. Este sobrenome "Rozia" se deve ao fato de aqui no Rio Eiru existiram tres tipos de Anta,naturalmente que serão sub espécimes, mas a maior delas, é assim designada, e chega a pesar  duzentos quilos, embora  seja comum cento e noventa quilos.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Fim da Semana Santa, o esperado Sábado da Aleluia.

Depois de todas as privações pelas quais passavamos nos dias da Semana Santa, o Sábado de Aleluia, chegava com toda a força da redenção, do dever cumprido.   Mesmo na surdina um boneco de palha em tamanho natural de um homem, era construido e oculto, para aparecer somente na noite de sábado, e seu nome muito segestivo era Judas, uma homenagem ao personagem Biblico a quem se atribuia o gesto de traição, que levou Cristo a morte. Este boneco era queimado à noite, na presença de quase toda a Cidade que revoltada, gritava desaforos e xingamentos ao boneco que então era enforcado e depois descido da forca para queimar sob aplausos da população presente...Este ato, simbólico bem caracteriza, o quanto era levado a sério a religiosidade do povo, mas, tudo tem sua excessão, e os rapazes mais moleques da Cidade, se juntavam dias antes e escolhiam um Sr. de idade, geralmente aqueles que eram mais ranzinzas, mais durões sobretudo no cuidado com suas filhas "moças donzelas", impedindo-as de namorar livremente, e com muitas outras regras seguidas severamente que, inibiam e desanimavam os pretendentes. Pois bem, estes Srs.  escolhidos, depois do sacrifício de judas recebiam a visita de uma verdadeira procissão que depois das onze horas da noite, já com a luz da Cidade devidamente apagada [apagava as nove horas] se tinha reunido na praçinha, e de lá em uim grande cortejo, seguiam para a frente da casa do escolhido e munidos de um caixote, e um velho serrote, liderados por tres ou mais atrevidos e engraçados rapazes começavam a "SERRAÇÂO".  Isto mesmo, a "Serração" com S pelo fato de não ser Cerração de nevoeiro, ou de pouca visibilidade ambiente,mas sim um ato de SERRAR, o caixote e aos gritos, fingirem que estavam fazendo a leitura de um testamento onde , o espolio eram as filhas do velho homem.   Aos gritos perguntavam : Sr.fulano, para quem deixas a tua filha, e citavam o nome da moça, e perguntavam se era para alguem que sabiam que o homem não gostava, isto diante de gemidos e lamentos dos companheiros do que estava falando. Ora se hoje em dia uma coisa assim careceria de valor comico, na época, era aplaudidissimo, e se formava um verdadeiro teatro que tinha mais valor em noites de lua.  A resposta era quase imediata:  o dono da casa aparecia e muitas vezes com um Urinol cheio de urina ,e lançava seu conteúdo sobre os rapazes que mesmo esperando, algo assim, muitas vezes eram atingidos e então o público presente ia a loucura de tanto rir. Muitqs vezes, a população, era surpreendida pelo homem sair da casa portando uma espingarda e com cartuchos cheios de sal de cozinha, disparar em sua direção, provocando uma debanda geral e cômica com muitos caindo e sendo pisoteados.  Esta festa puramente pagâ, vejam vocês, era o encerramento com chave de ouro da Semana Santa, e ficava sendo comentada, de várias maneiras por pessoas que nem sempre estavam no local, mas, para se fazerem importantes, muitas vezes fantasiavam o que apenas tinham ouvido e, como resultante disso tudo as historias cresciam, cresciam e o folclore se perpetuava.  Uma outra atividade era exercida nas noites deste sábado: era costume roubar galinhas. Muitas vezes dos vizinhso, de amigos, mais por uma folia mesmo. As donas de casa que criavam muitas, fechavam bem seus galinheiros e prendiam cochorros perto da porta para tentar evitar os furtos que sempre acabavam assados, e degustados com uma boa "pinga", madrugada a dentro.          Tempo poético, ingenuo, e saudoso...

domingo, 22 de setembro de 2013

A religião Católica em Eirunepé no tempo da minha adolescencia.

Como tudo o mais que eu tenho falado aqui,sobre o passado não tão remoto, as coisas mudaram demais, e o mundo parece que de 1956 em diante, avança com uma velocidade alucinante, em todos os campos de atividade humana. Vejo hoje que ainda existem milhares de fiéis Católicos.E esta verdade se comprova quando acontece a tradicional Procissão em louvor a São Francisco o padroeiro de nossa cidade. Isto porém não altera a mudança radical que sofreu a conduta da propria religião, dos fiéis que se comparados aos de antigamente, perdem a sua identidade austera e de respeito as tradições.Naquele tempo jamais alguem iria para uma festa dançante, nem iria para um bar ou botequim para beber, pois se o  fizesse e a população visse, seria hostilizado. Não quero abrir uma questão que pode ocasionar uma polemica, até porque atribuo estas mudanças a consequencia natural que houve diante da evoluçao, da modernidade, e dos costumes que agora seguem em uma outra dimensão: a era da informatica.   Mas deixem que eu relembre os costumes, os rituais e as normas de conduta dos que eram praticas Católicas;   Vamos começar falando do respeito que existia com a Semana Santa.  Aqui durante os dias da Semana Santa, todas as famílias [com rarissimas exceções] praticavam o jejum. As pessoas faziam um sacrifício e não se tomava o café da manhã. A primeira refeição era abolida mesmo para as crianças.Nos dias mais representativos, ou seja : nos dias que eram conhecidos por "Dias Maiores", quinta e sexta feira Santa,o jejum perdurava o dia inteiro para os adultos, e era praticado pelas crianças embora em menor escala de austeridade. Os sinos da Igreja Matriz que era frequentemente acionados, pois a cidade tinha um costume normal de tudo anunciar atrvés dos badalos; a hora da missa, a hora das novenas, outras atividades como Catecismo, e até os que morriam eram contemplados com as fúnebres e nostálgicas badaladas, que eram rotulados como , SINAL.  Cada evento tinha um ritmo a ser tocado, dai, a minha afirmação de que, para os finados, eram tristes. É que ja eram conhecidos a maneira de cada acontecimento, e o anuncio da morte soava aos nossos ouvidos como um canto fúnebre, ou um som de "mau agôuro".  na Semana Santa, não se ouvia um só badalo, o som dos sinos era substituido por uma caixa de madeira, na qual existia um disco de madeira dentada que fazia um barulho como se fora uma metralhadora, ao ser rodado e passar por uma tabuleta fina. O disco era acionado através de uma alavanca, e uns quatro meninos a carregavam somente no centro da cidade parando a cada cinquenta metros e fazendo barulho. Esta caixa era acionada as seis da manhã, ao meio dia e as seis da tarde, nem precisa dizer que a meninada disputava o direito de "Rodar a Matraca".Eram dias em que mesmo os moleques mais danados, se comportavam melhor, e as mães tinham paz. Nos Seringais, meio ainda mais  atrasado, as coisas tinham maiores regidez, e em  algumas famílias a semana inteira, as mulheres não saiam debaixo dos mosqueteiros, nao tomavam banho e nem os cabelos eram penteados. A higiene pessoal em si ja não era grande coisa, você meu leitor imagine estes dias, pois até sabonetes nos seringais era produto de luxo... Estes protetores de menstruação sexual das mulheres nem pensar, então.. O certo é que  se obedecia fielmente os costumes da doutrina Católica. As missas sempre seguiam um ritual espiritual que evocava as tradições, e  foram abandonadas pelos próprios Padres que agora se ateem muito mais em objetivos sociais e até mesmo politiqueiros esquecendo suas raizes de filosofia e dialética religiosa..Apelaram até para danças profanas na intenção de captarem fiéis agora sem muita convicção no ato religioso. Hoje eu vejo um comportamento um tanto quanto desprovido de Fé. E perdoem-me se chego a pensar que muitos que frequentam as Igrejas o fazem mais para dar uma satisfação a Sociedade que por devoção,ou amor a CRISTO.,,

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O monstruoso MAPINGUARI

EM todos os lugares da Amazônia que você visitar, por certo vai ouvir muito sobre este  monstro que bem parece ter saido da Mitologia Grega.  Várias são as versões que povoam a cabeça dos caboclos e ha quem diga que ja o viu comendo carne humana.   Como se pode ver, ele tem um tamanho descomunal, cerca de tres metros de altura, e ainda tem anormalidades como os pés, que lembram os cascos de quadrupede equino, sua boca cheia de dentes iguais aos de um Tubarão [tal a quantidade], se situa bem no meio  da barriga, e seu único olho ,  fica bem no meio da face logo acima de um nariz igual ao de um Gorila. É realmente estarrecedor encontrar com ele. Sempre que são vistos, eles perambulam pelas altas e centrais matas de terras firmes, e despreendem um fétido cheiro, além de urrarem muito alto e de  uma maneira que o mais destemido dos guerreiros, indios, ou um corajoso seringueiro quase desfalece, ao ouvi-lo.  Quando nos visitar, fique atento; se perceber sua presennça fuja, evite o confronto....

Cervos da Amazônia.

Este desenho, é a reprodução de uma cena que ví as margens de um filete dágua, que escorria do Igarapé do Extrema no alto Rio  Eiru.  è uma cena bem comum aos olhos de quem percorre a  selva ou caçando ou simplesmente andando: sempre que você enxergar um destes, por certo ela ha muito está  ha muito, atento lhe olhando. É  impressionante a cautela que estes animais tem nas menores ações que exerçam. Bem dentro da  floresta, existem locais que possuem uma poça de água, e esta água deve ser cheia de minerais e  nutrientes que os animais percebem e usam para comer a lama e tomar aquele caldo que se forma com o constante andar deles por dentro. Aqui conhecemos como : Barreiro. è um local que sempre tem frequentadores, e eles se constituem tambem de predadores, pois é um ótimo lugar para a Onça  Pintada, conseguir abater, os Veados, os Porcos Queixada, os Caitetus [porcos menores] Pacas, e outros tantos animais, ja que quase a totalidade deles frequentam estes locais. Aves da familia dos Papagaios, os Pombos,os Jacús, enfim, creio que 98% usa este expediente  para  se alimentar e conseguir, o que não podem nas Farmacias.  Ver um destes Veados chegar ao barreiro,  ve-lô se aproximar, é uma coisa impressionante.  Somente quem ja assistiu como eu, sabe como é bonito.  Pena que na época que eu andava nestas matas, eu não dispunha de equipamentos de filmagem, nem máquinas de foto digitais como as que hoje existem.. Vejam que enquanto o macho come, a femea que está por tras dele , está atenta.                                          

Recordando antigas postagens III

Este desenho mostra uma cena tantas vezes vista por mim, é a saída da família que mora em um igarapé distante que, sai para o Rio principal para ir a Sede do seringal para comprar estivas de sua manutenção.Vejam que animais se aproximam da casa, e sempre são atraidos por causa do sal que se usa na casa e que deixa resíduos do uso que se agregam ao solo e, assim se transforma este local, em um perene banquete.                          

Preserve a Amazõnia. Visite-a. Conhecendo-a, naturalmente aprenderá a ama-la, e então poderá defende-la com mais segurança.

Relembrando postagens antigas II

Escolhi este desenho no qual enfatizo o cuidado de uma casal de passarinhos com seus filhotes, na esperança de que este carinho, esta atitude, estimule a prática em pessoas que estão esquecendo a ternura de um amor assim.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Recordando antigas postagens

 Escolhi estes dois desenhos, porque eles ilustram bem o meu mundo. Acima, eu mostro a pequenez do homem, na sua casinha de Paxiuba coberta com palhas de Caranaí, diante da magestosa e imponente Floresta, que emoldura  a sinuosidade do Rio.  Com um dos bonitos habitantes locais, trouxe o Rato Coró, ou Rato Cantor, pois este rapaz, depois de construir este ninho [apartamento] fica na janela cantando, e tentando despertar parasi proprio o interrese de alguma fémea que por ali passe. è uma luta ferrenha e barulhenta pois vários concorrentes tambem ficam fazendo o mesmo  tipo  de apelo sexual.    Espero que tenham gostado.

As noites do Verão da Amazônia.

Ainda relembrando a minha adolescencia, quero lembrar as noites de verão. Era muito diferente de agora., porque as estações [2] inverno e verão, tinham estabilidade. No verão [o tempo seco] , fazia frio aqui, quando esfriava no sul.   Eram "friagens" fortes e demoradas, O tempo era seco quase não chovia durante os meses de Junho, Julho, Agosto, Setembro e somente ja no fim do mes de outubro é que começavam as chuvas. As primeiras eram chuvas fortes e com muitos trovões e raios.  Durante  o verão, o céu era a coisa mais bonita que eu achava. Nas noites sem lua, eram tantas as  estrelas que se viam, e nem uma única nuvem para embaçar, que paraecia ter  luz da lua. O ceu era rendado de pontinhos que brilhavam e piscavam. Nas noites em que a lua aparecia, era o dia que voltava para festejar a luz azulada de sua namorada.  Talvez por falta de opções, talvez por causa do atraso de nossa cidadezinha, na verdade uma provincia, existia um clima romantico, e este clima fazia com que jovens apaixonados, jogassem no  ar as canções que falavam de amor, de ternura, e aos acordes dos violões, e de suas vozes melodiosas, a noite parecia se vestir tambem de festa e se emoldurava nas notas musicais. Hoje, não existe  mais o romantismo... o namoro, aquele ritual que era o mais importante de um futuro juntos, não  tem mais  nenhuma razão  de ser. Houve uma banalização dos sentimentos e  que saudade que sinto daquele tempo de outrora.  O mundo mudou. Os homens estão conseguindo destruir tambem o proprio planeta. A emissão  de gases, que jorram as toneladas expelidas pelas Fábricas, não só enfeiam as noites de onde estão, mas refletem-se em lugares distante como o nosso, ao descompassar a Natureza que ja não obedece a um ciclo de clima estavel.. E nós, pagamos por isso.  O modernismo, a evolução prática, e realista do momento, não apenas desfez  parte da  beleza que existia na natureza, trouxe tambem consigo, o  esfacelamento de valores morais, de instituições  como a  Família, o respeito e o proprio amor entre humanos. Aqui, e ali, vejo uma noite bonita e me quiedo, admirando a lua que nem sempre é notada pelos jovens ou mesmo adultos que tambem estão perdendo de admirar a beleza que DEUS lhes deu.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Noites de Luar, caminhadas para comer pã0 quentinho.

Nem sei se meus  visitantes estão gostando de minhas últimas postagens. recebo esporadicamente alguns comentários, e para  ser sincero, gostaria que fossem bem mais, para trocar  ideias, para aceitar  sugestões e saber:  estou seguindo um caminho certo??? Na verdade, é que mesmo para os habitantes atuais de minha Cidade, estes fatos passados, não tão remotos,alguns são totalmente desconhecidos e quase impossivel de acreditar que as Inambus fizessem isto... Afinal , todos conhecem estas aves, mas hoje em dia a margem oposta está cheia de casas, roçados, crianças, luz elétrica, barulho e o natural desaparecimento da vida selvagem, aconteceu  sumindo cam as aves...  Então agora vou contar um outro episódio, do dia a dia.  Naquela época, o transporte de  meracdorias era feito por embarcações movidas a vapor, e as  mais comuns, eram as "Chatas", que  ganharam este  nome porque seu casco todo  em ferro era uma balsa bem baixinha onde se construia em cima, dois pavimentos.  O de baixo abrigava a lenha que era comprada nos portos jã estabelecidos, tinha um curral para acondicionar  animais para o abate e a manutenção  alimentar, as  máquinas imensas,a grande Caldeira, e ainda serviam de lugar para dormir em redes para aqueles que não podiam pagar  o preço de um camarote. Tambem na parte de baixo eram abrigados os tripulantes inferiores, marinheiros etc. Na parte superior, a sala de comando com uma imensa roda de leme, toda em madeira entalhada, a seguir quatro camarotes para a tripulação de elite, Comandante, Imediato,Gerente Comercial ´e um Enfermeiro, seis camarotes eram destinados aos passageiros de "luxo", tinha um espaço com uma mesa bem comprida ali se servia a alimentação dos passageiros e dos tripulantes,[ esta mesa era removível na ocasião de  llgum  baile], no canto esquerdo da  popa, uma lojinha [precursora das lojas de conveniencia] vendia até gibis, que embora antigos, eram a minha paixão, logo agregado a loja, o banheiro feminino,  separados por um estreito  corredor, no lado direito o banheiro masculino, uma mini padaria e ainda a cozinha deste andar.. esqueci de  dizer que na parte de  baixo  tambem tinha uma cozinha.  Era um luxo para a época mas, andava muito pouco, era lenta demais, era impulsionada por uma grande roda de ferro da largura do barco e nesta roda, tábuas grossas de  madeira pesada tangiam a água. Em  cima do toldo, uma comprida chaminé não parava um segundo de expelir uma fumaça as vezes bem escura, dependendo do esforço  desenvolvido. Um apito de som fino e estridente, anunciava sua chegada e sua saída. Era ouvido de  longe, e cada vez que soava  vinha acompanhado de uma nuvem de fumaça extra..  Gastava entre  Manaus e Eirunepé "somente" trinta e sete  ou trinta e nove dias. Muitas vezes pessoas com parentes doentes que adoeciam em Manaus, enviavam cartas anunciando a doença, mas quando as recebiam os parentes que qui estavam,os doentes, haviam morrido.  Bom deixem eu contar que era nestas  embarcações que a Cidadezinha comprava TRIGO, para fazer os pães que todos gostavam tanto.  Geralmente  compravam apenas seis, no  máximo  dez sacas, que duravam apenas uns vinte dias.   O municipio todo devia ter umas tres mil pessoas, entre os habitantes da Cidade que  era de cerca de mil e oitocencentas pessoas, e a população dos seringais completava tres mil  habitantes.   No dia da chegada da CHATA, era uma festa, e independente  da hora que chegasse, apesar da anciosa e incontida espera,  os pães só seriam feitos ao anoitecer e vendidos em seguida quentinhos...uma mania, rabugenta do dono da  padaria? o velho  bonachão e enfezado portugues, Chico Ferreira.  Respeitado e querido na cidade, só muito tempo depois de sofrimento inexplicaval, consegui  [Será mesmo], entender  o porque desta atitude:  a falta de pães, a chegada do trigo, e nas noites deste acontecimento, as moças de família se reuniam e iam até a padaria em um verdadeiro desfile de beldades. Lá, atras  do  balçao, um sorridente coroa, tirava suas casquinhas com as donzelas.  Casquinha  estas que não passavam de meros e melosos elogios ditos em um portugues arrastado no sotaque luso, que as moiçolas quase sempre não entendiam mas que gratificavam o velho portuga com esfuziantes sorrisos.  Esta era a festa do  PÃO. Outros padeiros depois fizeram historia tambem: Sr. Juvenal, pai dda linda Anita e o folclorico Sinhorzinho, um especie de Bocage tão propalado por suas ferinas "tiradas".Hoje tudo  isso foi esquecido, talvez na verdade  careça de valor, mas para mim, um contador de  historias é bom registrar. Ajude-me a tornar  melhor  meu, nosso Blog: teça comentários vai me deixar feliz, tanto quando recebia de  minhas irmãs no balcão  da  padaria,  o desejado PÃO.  

domingo, 15 de setembro de 2013

A invasão das Inambus


   Proseguindo em meus relatos sobre Eirunepé da época de  minha adolescencia,  devo contar  sobre a Invasão das  Inambus.   Em frente  a nossa Cidade passa o Rio Jurua e a margem oposta é varzea, ou seja: na época das cheias fica submersa com até dois metros de profundidade, em alguns lugares, mas, em frenta a cidade não fica nada de terra. Na  parte de tras desta margem se situa um lago e não existe  terra ffirme senão  no lado da cidade. As Inambus, são aves da  familia dos galináceos, primas das perdizes  que habitam a Europa e o sul do Brasil. Existe uma variedade grande delas, e aqui perto da cidade  existia a mais comum, que chamamos Macucau, tem  o porte  médio, podemos comparar  com um frango novo,[esta comparação se prende a quantidade de carne da ave, ja que no aspecto físico as Inambus tem a cabeça pequena semelhante a um Pombo e suas pernas são curtas.  Voam em curtos espaços e isto era a causa de cairem na cidade pois para atravessar  o Rio tem que voar mais de cento e cinquenta metros, um esforço e tanto para uma ave que vive andando no chão.] e elas nesta época eram abundantes perto  da cidade e forçadas a fugir da enchente, atravessavam o Rio e caiam nas ruas ou quintais da cidade fazendo a festa da meninada e até de adultos. No inicio do inverno quando as águas começavam a subir, todo dia caia umas dez ou mais . Lembro uma vez que minha mãe que era muito  religiosa estava na igreja ao entardecer com umas comadres suas, e uma Inambu entrou por uma janela e caiu bem a seus pés, não preciso dizer que ela a trouxe  para casa .  A diversificação das Inambus é grande , e vou fazer uma descrição  por tamanho, citando as menores e evoluindo no  tamanho:  URÚ, do tamanho de  um pombo mas com o aspecto de perdiz, Inambu Preta, do tamanho de um franguinho, Inambu de Terra firme, um pouco maior, Inambu  Macucau, Inambu Galinha, seu nome se deve ao tamanho e semelhança com sua parente, mas diga-se que a Inambu tem mais carne na parte  nobre: tem o peito bem mais carnudo. Por fim existe a Inambu Azul, um especie que mesmo nos seringais está raro de ser encontrada , Está em plena fase  de extinção devido a sua caça, desenfreada, nas  decadas de 50/60. Esta ave bastante grande , quase  do tamanho de  um Peru, tem sua coloração em tons de cinza que  os caboclos chamam azul..Será Daltonismo???      Uma observação lamentavel; todas são gostossissimas, e portanto muito perseguidas.  A  Inambu  Macucau, deve ter  um processo muito  especial  de procriação haja vista que ainda existe em  quantidade na região, e sempre é a mais fácil de se encontrar. Os Amazonenses, aprendem a imitar seu assovio e, na selva se escondem e a imitam; ela muito curiosa vem se entregar ao caçador que pode atirar com uma distancia mínima.  Quando as águas começam a recuar nas váezeas, os moradores de  seringais , ou comunidades, espalham armadilhas que chamam Arapuca, e pcolocam frutos de  uma planta da família das  Gramíneas e conseguem caoturar muitas, depois, as escondidas  são vendidas  na  Cidade. 



quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Minha infancia e adolescencia na cidade de Eirunepé.

Acho que estou com uma crise aguda de saudades da minha antiga Eirunepé.  Não sei se me joga de encontro as lembranças, as mudanças tão drásticas que hoje presencio com pesar.  Antes a Cidade era pequena, a população se conhecia, se gostava e respeitava. Era um tempo de muita tranquilidade, sem carros nas ruas, apenas umas poucas bicicletas, sem TV, sem Celular, sem AIDS, sem DROGAS [a única que se usava era a velha e boa pinga, ou o tabaco natural] tabaco que era, usado artesanalmente sem o agravante das quimicas para torna-lo perfumado e atrativo.  Até os aviões eram poucos os que aqui chegavam, a Companhia Aérea era  a Pannair, que usava os aviões anfíbios Catalina remanescentes da Segunda Guerra Mundial. O percurso entre Manaus e Eirunepé era feito em cinco longas horas, em face do baixo desempenho da aeronave e tambem da demora em todos os aeroportos que chegava, ou os flutuantes que os recebiam na época das cheias. O mercado, vendia peixes, grandes saudáveis e muitos, no entanto carne de bovinos ou mesmo suinos, era raro ter disponivel acontecendo tambem com carne de frangos, ja que só os consumiam pessoas que criassem em seus quintais. A alimentação era natural e sadia. Verduras sem agrotóxico, Galinhas sem anabolizantes, cresciam normalmente saudaveis e muito gostosas. As canoas eram impulsionadas por remos, e cheguei a ver uns dois documentos datados dos anos de 1889, nos quais as distancias eram registradas nestes documentos pelo tanto de remadas que uma pessoa tinha que fazer em certos trechos.  Não existiam motores, adaptaveis com rabetas e rarissimos eram alguns que chegaram aqui, movidos a querosene tipo motores de popa, só que suas rabetas mediam mais de um e meio metro de comprimento, e seu tamanho apesar de terem no máximo oito Hp, correspondiam aos de hoje com 150Hp.    Varias vezes vi pessoas chegarem com Pirarucus de tamanhos descomunais, alguns com mais de tres metro e pesando quase duzentos quilos, Tambaquis de trinta Klos eram comuns, e os maiores chegavam aos trinta e sete ou trinta e oito, e sempre eram pescados. A pesca destas espécies citadas eram feitas as vezes em frente a Cidade no Rio e nos lagos da periferia ,abundavam. Minha mãe criava muitas Galinhas e eu lembro que aguardava ancioso os dias de semana quando ela preparava este prato. Registro aqui a arte sem igual de minha genitora na arte culinária. Tinha um livro editado em Portugal que tinha sido de sua mãe que a recebera de minha avó, que tinha todas as boas receitas de doces e bolos.  Nem preciso falar que ninguém conhecia Gás, e os fogões, consumiam lenha. Minha mãe muito criativa e inteligente, projetou um forno pratico para assar pequenos bolos feitos em uma lata vazia de querosene. As latas, tinham capacidade de vinte litros, Minha mãe retirou a tampa de uma delas, e mandou que um funileiro [o único da cidade]  soldasse dentro da lata uma chapa tambem de flandre, dividindo um terço do espaço util do interior da mesma. Na parte baixa, colocava carvões acessos, acima da chapa, a forma com o bolo e, em cima da lata mandou fazer uma grade tambem de fflandre de dez centimetros de altura que rodeava a lata,que tambem recebia carvões, assim o bolo era aquecido rapidamente com calor por todos os lados.  O fundo da  lata tinha pequeninos furos, e na frente uma tampa confeccionada pelo funileiro fechava o "forno" depois de receber os carvões e o bolo. Coisas assim aconteciam estimulando a criatividade adquadas  a situação do momento. Lembro que meu Pai trouxe um fogão de ferro esmaltado a lenha, que tinha além de tres bocas para fogo, com tampas que regulavam as chamas, um grande forno, e ainda a novidade de ter um deposito para água que aquecia com o uso de qualquer atividade do fogã o e ainda contava com uma torneira para retirar água.  Vou fracionar este tema em várias postagens pois tenho muito que contar desta época.                                                 

Casa de meus pais nos idos de 1956

Este é um desenho ffeito totalmente  preso a natural memoria que tenho de minha casa  no melhor periodo de minha vida; a minha infancia. Nem sei como definir seu estilo, sei que de inicio era apenas este bloco central e, que ao passar do tempo as necessidades de acolher  mais pessoas,[minha avó paterna viveu os seus últimos anos de vida conosco e para ela foi construido esta aba do lado esquerdo. A aba direita surgiu para o casal,meus pais. e as outras dependencias para dormir ficavam na parte superior acomodava todos os filhos que aqui moravam, pois meu irmão Vinicius, desde muito cedo residia em Manaus ]           Era um tempo bom, de tranquila serenidade, com os valores humanos sendo respeitados, oriundos de  uma educação doméstica rigorosa,que acontecia em todas as famílias mesmo as mais humildes. Infelizmente, uma moça que trabalhou como auxiliar de  doméstica com minha mãe, destruiu com fogo todo um acervo de fotos que existia sobre a família.  Não por maldade, mas por displicencia ela resolveu queimar  umas caixas com papeis, e em uma delas os albuns de fotos foram tambem consumidos pelo fogaréu.  Ficou a lembrança...retida no arquivo das  mais importantes fases de minha vida, ao ver este desenho, viajo revendo meus velhos, meus irmãos, relembro amigos, fatos, datas e tudo o mais que povoa este mundo da saudade.      Hoje, Eirunepé não guarda mais nada desta Cidadezinha. Seus antigod prédios residenciais, casas simples, mas verdadeiros museus de historia, cederam lugar a construções modernas bonitas e caras. A sua infraestrutura atual, obedece os padrões de uma Cidade moderna embora  que pequena. Mudou tambem a maneira de ser das pessoas, a população nesta explosão demográfica do mundo todo,acompanhou a agilidade das inovações e trouxe além da modernidade, da tecnologia, a desvalorizaão de muitos conceitos éticos, de muitas regras agora rotuladas de "brega"mas que tornavam aqueles tempos, além de romanticos, bem mais humanos.       Perdoem o  Saudosismo.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Mais uma historia de seringueiro

Coloquei aqui este meu desenho sobre um trecho do Rio Eiru, ja publicado ha tempos, para ilustrar, e dar ao meu visitante uma visão do lugar maravilhoso em que vivi tantos anos de minha vida.  Em uma postagem recente, contei um pouco sobre um seringueiro risonho, muito meu amigo, coisa que era comum a todos eles pois nossa convivencia era harmoniosa, e amiga na mais ampla concepção da palavra. Agora vou falar de um outro, que tinha uma particularidade bem diversa do primeiro, mas nem por isso menos interessante. Vejamos; era um Sr. de meia idade, e que tinha, fama no  rio todo de ser um "homem sabido", embora de verdade  mal assinasse  seu nome. Ele tinha uma maneira toda  formal de cumprimentar as pessoas, e no seu relacionamento  comum era sempre muito sério,e impunha respeito por isto mesmo. Até aí, nada de mais, porém ele buscava ouvir conversas de pessoas mais cultas, e decorava palavras que achava bonitas, e ficava de prontidão para usa-las tão logo pudesse. Assim é que ele se impressionou com a palavra PROBLEMA. Achava lindo quando alguém dizia:-"ora  fulano, isto não é problema. Ou : não tem problema,  isso se resolve etc..  e eu me continha para não  rir, quando o nosso amigo [que nunca aprendeu a dizer PROBLEMA]   sempre que conversava comigo, pagava para contestar algo dizendo em alto e bom som: -ora Sr. Conrado isto não tem PROGRAMA.    Por favor, não interpretem mal o fato de eu contar estas  coisas, estes"CAUSOS", não o faço para debochar nem diminuir ninguém, mas com o simples intuito de dividir com voces fatos que vivi e dos quais, podem crer...sinto saudades.

A Amazônia merece um respeito eo carinho real de todos. Vamos preservar para que nossos filhos e netos possam gozar desta maravilha, que muitos nem valorizam porque estão vivendo nela.

Continua a depredação da Floresta. Infelizmente !

Pessoas dizendo que estão sem casa, ou que querem reforma-las, estão continuamente serrando madeiras  de uma área que minha família preservou  por tantos anos, e esta madeira na realidade é para comercializar, atitude igual a que ocorre com os invasores de terra que alegam não ter onde morar, e esta situação se torna uma empresa de invasões que apenas visam lucro, pois na verdade de cem invasores, talvez nem dez realmente necessitam da terra, A prova está que nenhum membro de minha família fez abate indescriminados como se faz agora.  Nesta região, existiam intocadas várias árvores de uma espécie de Massaranduba, temo que em mais um ano, no processo de desmatamento que está acontecendo, não exista mais uma única árvore. Autoridades veem, sem ver...repetindo o que sempre ocorre nos programas vespertinos das redes de  TV, onde bandidos matam, por motivos futeis, apenas por matar e, não se pode fazer quase nada, geralmente são "menores" que "inocentes" apenas sabem que existe uma IMPUNIDADE que os soltará da prisão, aonde passarão apenas tres anos, quem sabe fazendo um curso de aperfeiçoamente  na escola do crime e da  contravenção.  Aos maiores de idade, a eles é direcionado quase sempre uma equipe de cidadãos da Defesa dos Direitos Humanos.  No entanto, a pobre família que fica muitas vezes sem seu chefe, seus filhos, NUNCA recebe ninguém que vá para tentar ajudar. Êta Brasil !!!!!!!!!!

meus bons tempos de Seringalista.

Lembranças pitorescas do meu tempo de Seringal.                                                                                  O convívio com mais de cento e sescenta famílias de seringueiros no seringal Stª Maria no alto Rio Eiru, me dava a oportunidade de conhecer os mais variados tipo de gente, e esta diversificação trazia consigo um manancial de personalidades bem distintas . Era uma faculdade de Sociologia, quando via certas atitudes, certos pensamentos de pessoas do mesmo nível cultural, mas com suas divergencias naturais a cada ser humano.                                                                                              Tinha  um seringueiro [ainda está vivo e reside  aqui em Eirunepé, no Bairro de Fátima] que ria por quelquer motivo, ou por nenhum, e sempre estava  de bem com a vida. Seu nome: Antonio Padeiro.  Antonio, um moreno de estatura média aos  padrões de nossa região, era um seringueiro de produção regular, e como nao poderia ser diferente; simpático e muito querido por todos.   Quando surgiram os primeiros gravadores vindos para a Zona franca de Manaus , por volta dos anos 66/67, nossa empresa trazia para cá as novidades atraentes que vislumbraram todo o Brasil, haja vista a quantidade de pessoas que chegavam a  Manaus para fazer compras. Bom, comprei um gravador que usava uma fita em dois carreteis, e tinha o aspecto de um rádio  de pilhas, muito usado nos seringais para trazer notícias e os jogos do campeonato carioca. Subindo o Rio, para mais uma viagem de atendimento aos seringueiros do meu seringal, eu passava  pela casa do  bom Antonio que se situava  mais ao menos no meio da viagem entre a Cidade e a sede do Stª Maria. Como eu sabia que ninguem ainda conhecia um gravador, resolvi aprontar uma "pegadinha" com meu amigo, e resolvi parar par que se fizesse  um jantar, e só recomeçariamos a viagem no dia seguinte. A tarde caia, e a noite chegava trazendo o silencio cortado pelos cantos noturnos da selva mas tambem com a conversação entre os tripulantes do barco e as pessoas da casa que sempre queriam notícias da Cidade.  As casas de seringal não usam cadeiras e  é comum as pessoas se sentarem no assoalho, em rodadas para conversar ou para comer. A meu lado, Antonio era sorrindo o tempo todo e sempre eu o instigava com algo engraçado o que aumentava em muito o volume de suas risadas, a seu lado estav eu com o gravador ligado, e afita rodando. Ele olhava , olhava e depois de uma meia hora enfim não conteve sua curiosidade e já para se fazer de ferino observador, apontou para o gravador e querendo fazer pilheria disse: que diabos de rádio é esse? só faz  enrolar uma fita e nunca fala nada?  isto foi dito entre um acesso de riso, contagiante por conta de sua cara que mostrava surpressa e desdém. Depois de mais uns quinze minutos de voltar a fita, eu falei para ele e todos da rodada:  escutem esta rádio nova que eu vou sintonizar. E, quando a conversa que tinha sido gravada, começou a ser reproduzida,e a identificação das vozes e os assuntos recem falados, foi um misto de surpresa e  medo , e só foi contido quando expliquei o que na realidade era o aparelho, e então Antonio disparou em risadas  desta vez incontroláveis, e quando ouvia sua voz e as outras tão familiares, rolava  pelo assoalho de  paxiuba e  apontava para, e o gravador chamando-o de "bixim abusado e fuchiqueiro".  Por muitos dias eu continuei rindo sozinho cada vez que lembrava desta situação tão inusitada, que se valorizava pelo flagrante expontaneo daquele povo simples e amigo.  Se fosse hoje em dia, com certeza sua postagem na Internet seria acessada por milhões de usuários que se divirtiriam muito.  

Estamos na época em que os Quelonios estão colocando nas  praias seus ovos. A perseguição aos ovos e aos próprios quelonios é criminosa. Receio que em mais dez anos estejam Extintos na Amazônia.                                             

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A Cisga

Relatos de costumes de meu povo.  ----- A Cisga é uma maneira de arrastar uma canoa em uma praia por ocasião do Verão, quando o Rio está com pouca água, e se o canoeiro estiver subindo o Rio, lutando contra a correnteza. O Rio Juruá, apesar de ser  um dos mais sinuosos do  Planeta, oferece praias sucessivas e algumas muito longas, por vezes acompanhando duas voltas do rio quase sem interrupção. Geralmente o caboclo que vem remando em uma canoa, trazendo consigo a família ou mesmo uma carga de produtos silvestres, tem que atravessar o Rio a cada volta para aproveitar a parte das praias, onde apesar de ser raso, a correnteza tem um volume menor. Ao chegar á praia, então o proeiro, desembarca, se vierem mais pessoas tambem o farão deixando na canoa apenas um de menor peso que ficará na popa, com um remo para  pilotar, ajudando que a canoa não fique desgovernada, pois a "Cisga", é o nome que se dá ao  ato  de puxar a canoa com uma corda longa que deixe um espaço entre a mesma e a praia de pelo menos seis, sete metros. Nesta distancia, o homem que vier por terra se adianta da canoa, e o que vier pilotando, faz com que ela não se aproxime do raso excescivo mantendo uma velocidade regular.  Geralmente tambem ficam na canoa as crianças pequenas  e uma mulher se estiver trazendo consigo uma criancinha de colo. Nestas excurções sempre são ácompanhados por seus cachorros e é com frequencia que o animal, vez por outra saia em desabalada carreira em perseguição de algum animal selvagem que as pessoas  não  viram, mas que seu faro detectou. Quase sempre então a viagem sofre um atraso pois o dono da  canoa, deixa alguem segurando-a na beira e corre com uma espingarda, no rumo dos latidos e sempre volta com alguma caça.  Vou conseguir fotografar uma canoa nesta situação e breve estarei permitindo a visualização da Cisga.  Tentei saber a origem do nome, mas até o momento não tenho uma informação cosistente.      Este é um fato que está se tornando raro, pois agora existe facilidade de ter um motorzinho para impulsionar a canoa, o que torna desnecessário, estas ação.

Meu telefone [092]94590665, caso você que está sempre conectando meu Blog queira fazer perguntas, ou simplesmente trocar ideias, pode ligar. Estarei sempre pronto para  falar sobre esta região maravilhosa e que a meu ver continua desconhecida.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Uma viagem de memória e de saudades.


Fui surpreendido pela vinda de um grande amigo, de um verdadeiro irmão, o Dr. Amazonino Mendes, figura ilustre, renomado homem público, que nascido nos seringais do Rio Eiru, em um momento de puro sentimentalismo, de saudade materializada, pelo laço inconfundivel dos que sabem amar, largou tudo: seus numerosos afazeres compromissos de  executivo bem sucedido e chegou aqui.{ ainda jovem, foi Prefeito  de  Manaus, e nesta época já tinha se firmado   como um bem sucedido empresário  das, construções civís,. administrando sua empresa a ARCA. Sua trajetória política ainda o levou por tres vezes ao Governo do Estado, Foi senador, voltou a ser Prefeito, e agora neste gesto  de Caboclo Amazonida, vem rever as terras onde  durante tantos anos viveram seus ancestrais.} Foi gratificante  para  mim, excursionar ao lado deste  cara que para mim é um ídolo. Para adentrar o rio Eiru, tivemos que embarcar em um barco regional, e, para avnçar até  onde antigamente foi a sede dos seringais do alto rio, levamos pequenos e velozes barcos, que mesmo com o rio ainda com um bom volume de água, sempre oferecia perigo, tal a quantidade de árvores caidas e submersas em seu curso,  Convidou-me  para  ir em sua companhia no pequeno  "deslizador, ou voadeira", e neste  mesmo barco, um grande amigo seu, Dr. Ronaldo Leite, e ainda dois funcionários, um pilotando o barco. A seu pedido, sentei-me na frente ao lado do piloto e fui orientando a direção e ser seguida, graças a Deus a experiencia, de tantos anos que vivi sempre viajando neste rio,  ainda estava em mim, embora adormecida pelo tempo  ausente,  não batemos nenhuam vez.  Depois de longas e  cansativas horas[ apesar da velocidade do possante barco] chegamos ao porto do que nos anos de 40 e 50 tinha sido a sede do Seringal Sabóia, onde  moravam os avós de Amazonino.  Irreconhecivel até para quem nunca saiu do rio Eiru. Em início da década de 1960 a sede dos Serigais ja estava instalada bem abaixo em um local chamado Sta Maria. Nem este local onde o Pai de amazonino tinha uma bela fazenda de gado, se conhece mais.  Uma coisa me sensibilizou, ví quando chegamos ao porto do antigo local, a emoção balançar a estrutura humana de Amazonino. Senti sua emoção aflorar, e competir em tamanho com as Samaúmas os Atroaris, Pau d'arcos e outros. Me perdi nesta comtemplação muda, de ver o respeito, a ternura e a devoção por aquele pedaço perdido de Floresta onde estava contada sem palavras, em cada folha, em cada árvore uma historia que podia ser vista pela janela aberta da saudade. Notei que disfarçadamente, meu amigo limpou uma lágrima que furtiva, desceu em seu rosto, e admirei aquele homem que tantos combates venceu, que tanta luta enfrentou, ser exposto na fragilidade, ou força dos sentimentos de amor.  Este meu novo desenho, retrata o rio Eiru bem no alto, aonde se divide em dois, com um afuente chamado CIPARÚ de onde descem as  águas  barrentas que escreveram a historia desta Família de homens bons trabalhadores e Honrados. É minha justa homenagem ao companheiro, ao homem, ao amigo e CABOCLO AMAZONINO!

O  retorno.                                                                                                                          

Depois de um periodo conturbado, em que minha vida por culpa de uma pessoa que para mim era importante [a única pessoa, de quem jamais eu esperava, que tivesse vontade de me prejudicar, caluniar, na tentativa de ficar com meus bens materiais] eu sofri momentos inimaginaveis, pressões, e aborrecimentos, aonde a força que me deu sobrevivencia, veio tão somente do fato de ser totalmente inocente.  DEUS, este personagem que acalenta os que tem Fé, os que NELE acreditam, deu-me forças, e conforto espiritual para não tomar uma decisão de reação, que por certo seria JUSTA, mas que me tornaria aí sim; um fora da lei.                                                                                                 Hoje, a própria pessoa que me caluniou, mostrou para toda a população  de minha cidade, quem na realidade é. Mostrou a ausencia de Carater, um comportamento indigno, e enlameou a  propria conduta.  Esperei e continuo esperando e confiando  na Justiça. Nunca fiz nada que pudesse ser reprovado pelo meu  povo. Estou  ainda no aguardo de que se faça justiça ao me reintegrarem a meus bens ou, ao que deles resta..      Mas os momentos vividos e sofridos, me fortaleceram como ser humano, e quero continuar na minha luta de preservação  da  Floresta, de seus habitantes, do meu mundo tão selvagem e tão puro, onde as ações e reações entre seus seres, são apenas frutos do instinto de sobrevivencia, nunca estimulado pela ganancia, pelo mau carater. ou o simples banditismo.    Doi muito mais que a mordida de uma cobra, a traição de quem se gosta.  Perdoem este desabafo, é que dentro deste velho homem, existe um coração que tenta desesperadamente achar que os humanos são melhores que as feras da minha  Selva Amazônica .
       .                                                                                                                                                   Tenho novos desenhos, vou começar a publicar tambem fotos que terão como tema, o dia a  dia de ,nossa gente, explicar o que achar necessário e através das  fotos, quem sabe conseguir convencer pessoas do Planeta todo que ainda é tempo de SALVAR de VERDADE a AMAZÕNIA.