domingo, 22 de setembro de 2013

A religião Católica em Eirunepé no tempo da minha adolescencia.

Como tudo o mais que eu tenho falado aqui,sobre o passado não tão remoto, as coisas mudaram demais, e o mundo parece que de 1956 em diante, avança com uma velocidade alucinante, em todos os campos de atividade humana. Vejo hoje que ainda existem milhares de fiéis Católicos.E esta verdade se comprova quando acontece a tradicional Procissão em louvor a São Francisco o padroeiro de nossa cidade. Isto porém não altera a mudança radical que sofreu a conduta da propria religião, dos fiéis que se comparados aos de antigamente, perdem a sua identidade austera e de respeito as tradições.Naquele tempo jamais alguem iria para uma festa dançante, nem iria para um bar ou botequim para beber, pois se o  fizesse e a população visse, seria hostilizado. Não quero abrir uma questão que pode ocasionar uma polemica, até porque atribuo estas mudanças a consequencia natural que houve diante da evoluçao, da modernidade, e dos costumes que agora seguem em uma outra dimensão: a era da informatica.   Mas deixem que eu relembre os costumes, os rituais e as normas de conduta dos que eram praticas Católicas;   Vamos começar falando do respeito que existia com a Semana Santa.  Aqui durante os dias da Semana Santa, todas as famílias [com rarissimas exceções] praticavam o jejum. As pessoas faziam um sacrifício e não se tomava o café da manhã. A primeira refeição era abolida mesmo para as crianças.Nos dias mais representativos, ou seja : nos dias que eram conhecidos por "Dias Maiores", quinta e sexta feira Santa,o jejum perdurava o dia inteiro para os adultos, e era praticado pelas crianças embora em menor escala de austeridade. Os sinos da Igreja Matriz que era frequentemente acionados, pois a cidade tinha um costume normal de tudo anunciar atrvés dos badalos; a hora da missa, a hora das novenas, outras atividades como Catecismo, e até os que morriam eram contemplados com as fúnebres e nostálgicas badaladas, que eram rotulados como , SINAL.  Cada evento tinha um ritmo a ser tocado, dai, a minha afirmação de que, para os finados, eram tristes. É que ja eram conhecidos a maneira de cada acontecimento, e o anuncio da morte soava aos nossos ouvidos como um canto fúnebre, ou um som de "mau agôuro".  na Semana Santa, não se ouvia um só badalo, o som dos sinos era substituido por uma caixa de madeira, na qual existia um disco de madeira dentada que fazia um barulho como se fora uma metralhadora, ao ser rodado e passar por uma tabuleta fina. O disco era acionado através de uma alavanca, e uns quatro meninos a carregavam somente no centro da cidade parando a cada cinquenta metros e fazendo barulho. Esta caixa era acionada as seis da manhã, ao meio dia e as seis da tarde, nem precisa dizer que a meninada disputava o direito de "Rodar a Matraca".Eram dias em que mesmo os moleques mais danados, se comportavam melhor, e as mães tinham paz. Nos Seringais, meio ainda mais  atrasado, as coisas tinham maiores regidez, e em  algumas famílias a semana inteira, as mulheres não saiam debaixo dos mosqueteiros, nao tomavam banho e nem os cabelos eram penteados. A higiene pessoal em si ja não era grande coisa, você meu leitor imagine estes dias, pois até sabonetes nos seringais era produto de luxo... Estes protetores de menstruação sexual das mulheres nem pensar, então.. O certo é que  se obedecia fielmente os costumes da doutrina Católica. As missas sempre seguiam um ritual espiritual que evocava as tradições, e  foram abandonadas pelos próprios Padres que agora se ateem muito mais em objetivos sociais e até mesmo politiqueiros esquecendo suas raizes de filosofia e dialética religiosa..Apelaram até para danças profanas na intenção de captarem fiéis agora sem muita convicção no ato religioso. Hoje eu vejo um comportamento um tanto quanto desprovido de Fé. E perdoem-me se chego a pensar que muitos que frequentam as Igrejas o fazem mais para dar uma satisfação a Sociedade que por devoção,ou amor a CRISTO.,,

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