sexta-feira, 23 de março de 2012
A historia da Onça prenhe. l
Esta historia poderá até parecer fantasiosa, ou mesmo impossivel de acreditar, em se tratando do animal mais feroz, e top de linha dos predadores das Américas, mas aconteceu. Era o ano de 1968, estavamos no mes de Maio, o rio Eiru ainda permitia viagens para o alto em canoas de duas toneladas, até um certo ponto. Tinhamos ido, meu irmão, cinco trabalhadores nossos, para a casa de um seringueiro chamado Antonio Bastos, homem trabalhador que residia na foz de um grande Igarapé no alto Eiru chamado Ciparu. Morava com a esposa e os filhos nesta colocação, e só no inverno levava a borracha em balsas para o barracão. Este ano nos pediu que levassemos nossos trabalhadores para ajudar a desfazer dois grandes roçados de mandioca que corriam o risco de estragar caso não fosse feito de imediato a farinha. Fizemos a "quinzena" nossa viagem de atendimento regular e nos aprontamos para subir o rio para ajudar o nosso bom seringueiro, inclusive comprando dele o excedente de seu consumo. Gastamos quatro dias subindo o rio com tres canoas. Lá chegando, me encantei com a grande quantidade de animais que se encontrava a cada instante. era bem no alto deste lindo rio, e ele era o último seringueiro, poia apesar de ter muitas seringueiras, era muito difícil chegar ao Barracão e depois retornar. Jovem, inquieto e atirando muito bem ,no outro dia cedo, em companhia de meu amigo e compadre Antonio,pedi para ir caçar e saimos de canoa para ir a um Barreiro que ficava a uma hora de viagem, usando remos, para não afugentar as caças. Jacus, Mutuns, e outras caças pequenas atravessavam frente a nossa canoa e eu era dessistimulado de atirar pelo experiente e velho caçador. Conosco ia um filho seu de dez anos, para ajudar com os remos. Andamos mais oa menos uma hora quando em uma volta do rio, descobrimos bem na nossa frente, em uma ponta de barranco, bem em frente a um grande troco ôco, uma bela e enorme Onça Pintada. Ela estava com uma barriga enorme, e mal nos olhou quando a canoa, parou a quatro metros dela. Medo foi nossa reação imediata, Meu compadre colocou um cartucho em sua espingarda e tentou apontar mas, pasmem : eu, predador, jovem, e inexperiente, tendo a possibilidade de matar uma Onça, troféu cobiçado por todos os caboclos, coisa rara mesmo nestes lugares pois ela é um animal esquivo, por impulso, nem atirei, nem deixei que meu amigo atirasse. Foi uma espécie de hipnose. Ela não se mexia, estava estática fitando o rio, e somente mudava a posição das pernas sem nos dar atenção. Meu compadre susurrando, pedia que saíssemos, mas algo me retinha, e até hoje não sei explicar. Ficamos parados por mais de quarenta minutos.Meu parceiro de caça, me olhava como se eu fosse um extra-terrestre, ou um maluco mesmo, e eu sei que só ficava quieto por eu ser seu patrão, mas ficamos lá, até que ela nos olhou, deu uma volta sobre si mesma e entrou no grande ôco de Cumaru. Minutos depois, ouvi gemidos, e logo um rosnar baixinho, e fracos miados parecidos com o que os gatos domésticos produzem quando novinhos. Aguardem a segunda parte desta postagem amanhã.
Ecy Monte Conrado
Viver, é a melhor maneira de aprender. Use bem seu apredizado.
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