quarta-feira, 7 de março de 2012
A FERA DAS ÁGUAS DA AMAZÔNIA
Era uma manhã típica de inverno amazonense. Uma chuvinha fria, fina e persistente, tornava a pescaria de espinhél para pegar Matrinchãs dentro dos igapós, uma missão enfadonha e monotona, pois tinha-mos que ficar o tempo todo imovel dentro das pequenas canoas após, a armação das linhas de pesca. Estavamos em um grupo de quatro amigos, e de repente, a calma e tranquilidade do lugar foi quebrada pelo barulho do urro de um grande Jacaré Açu, bem perto de onde estavamos. Um de meus amigos que era morador deste seringal, sabia imitar com perfeição o animal, e, insensatamente o fez. A resposta sonora foi imediata e ouvimos sua aproximação. Falei para o rapaz que o jacaré se aproximava, que era perigoso, e hora de parar o diálogo com ele. Chegamos nossas canoas [tres] para perto de uma árvore bem desgalhada, com os galhos roçando a superfície da água, e o nosso amigo tornou a desafiar o animal. Onde estavamos, era uma pequena área de quatro metros, que no verão seria uma curva de um garapé, e na orla existiam pequenos amontoados de capins flutuantes, nem bem o urro de imitação calou, e um grande Jacaré de aproximadamente cinco metros, surgiu enfurecido e veio em nossa direção. Com as canoas, perto da árvore, tivemos tempo de sair e subir nos galhos, e foi isto que evitou a morte certa de um de nós, pois o violento animal com uma pancada de seu rabo partiu ao meio uma das canoas, e ficou bem em baixo de onde estavamos, nos desafiando. Estavamos indefesos, nossas armas haviam ficado nas canoas, e por sorte não estavam na que quebrou, e tivemos que ficar por mais de tres horas, sem poder seguir viagem ou vistoriar as linhas, pois o poderoso Jacaré, ficava vez em quando, fazendo um enorme barulho que fazia a água tremer por cima de sua costa, subindo centenas de gotinhas, num bonito espetáculo, que só não admirei mais pelo perigo situação na hora. Não esqueci a cena de seuavanço e ao chegar em casa, fiz este desenho baseado neste fato real.
Ecy Monte Conrado
Os animais selvagem reagem a invasão de seus territórios. Devemos respeita-los.
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