sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Igapós, a grande área inundada.



Para mim eterno apaixonado pelo Amazonas, parte da imensa Amazônia, ver a cada ano a renovação  das cheias dos Rios, é um espetáculo que gosto de viver, apreciar e usar.  As águas do nosso "inverno" vão subindo e tragando áreas grandes de várzea que nem sempre são reconhecidas como tal.  Então acontece um processo de recuo por parte de animais terrestres, enquanto que, uma invasão das espécies aquáticas, povoam as aguas crescentes e , buscam frutos, sementes e raízes que se expõem , e também uma infinidade de insetos, grilos e outros.  Gostaria eu de proporcionar aos cientistas da Biologia mundial, um estudo das diversidades, que aparecem nos Igapós .   Tenho certeza que seriam gratificados com a possibilidade, de descobertas nas várias  espécies que estudassem.   Entre  os   novos habitantes das áreas inundadas, quero destacar o Boto Vermelho, que nesta ocasião se mostra um ás  da mobilidade ao perseguir pequenos peixes entre ramas e raízes, e milhões de  árvores  que servem de empecilho ao avanço. Este comportamento, não encontramos no boto Tucuxi de cor cinza, que apesar de  bem menor, não dispõe  deste recurso para adentrar a floresta inundada.  Quando o inverno chega a sua marca maior, sobem os grandes Cardumes, de vários peixes, aqui na nossa região, em maior número as deliciosas Matrinchãs, que sempre entram nos igapós, e costeando as terras firmes, sobem os Rios mesmo sem ter correnteza para guiar.   Quero falar também da beleza que é , o reflexo da selva, refletida nos espelhos d'água, pontilhados por centenas de pequenas ou imensas  folhas de vegetação que reaparecem,  brotam face as cheias. É um mundo encantado, aonde o Silencio e a Paz, são quebrados  pelos cantos ou gritos de  pássaros ou macacos que cruzam as copas e o céu.   Vez por outra, um peixe emerge para  capturar algum inseto ou fruta que cai, e círculos contínuos se propagam balançando em suaves ondas folhas e galhos, quem sabe para distorcer a quieta beleza e assim criar verdadeiras "pinturas" modernas tão agradáveis, aos olhos de quem aprecia.   Servem ainda a maioria dos Igapós, para encurtarem caminhos, pois atalham voltas e voltas de longas distancias causadas pelas infindáveis curvas dos leitos normais dos Rios. Agora , pouca gente  usa o Remo para se deslocar  nos seringais, mas quando o uso era geral, os caboclos desenvolviam maneiras de colocar  o remo  na água de formas que fizessem um barulho característico de uma remada artística que causava admiração entre as moças  carentes de namorados.  Amazônia, quase um  Continente, com  diversidades distintas de Rio a Rio.  Flora, Fauna, ricas e surpreendentes quando lemos nas revistas ou livros que determinados Animais são residentes de áreas  distantes e no entanto são velhos conhecidos nossos.

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