Ao rever este desenho, me transporto aos anos em que fugido do golpe Militar que apelidaram de "Revolução", tive que sair fugido de Manaus e vir para Eirunepé, para trabalhar nos seringais de minha família. Aqui ja estava meu irmão Edy, que viera, de avião tendo que passar antes por São Paulo, depois atravessando o centro Oeste brasileiro, chegando ao Acre e então, em um pequeno avião [raro na época] chegar a Eirunepé. Cheguei bem depois dele e tão logo cheguei, ja fui designado por meu pai para trabalhar como seu ajudante no gerenciamento dos seringais do alto Rio Eiru. Um afluente médio do grande Jurua, com caracteristicas semelhantes, ao seu irmão maior, o EIRU, traçava seu caminho em um milhão de intermináveis curvas, de prais curtas, de leito raso e de obstáculos acumulados durante as cheias de cada ano, numa constante renovação de empecilhos a uma navegação mesmo para um pequeno barco como o nosso. Trechos que percorriamos em uma hora quando estava cheio, passavamos as vezes dois ou mais dias, tentando ultrapassar os troncos grossos, que atravessavam de um lado a outro. mas...como negar? TENHO SAUDADES>
domingo, 29 de setembro de 2013
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
A imponente Anta "Rozia"
Belo animal, passa a maior parte de sua vida na água, e vive sempre ao redor de um rio ou igarapé. Muito perseguida pelo sabor da carne que os caboclos e índios gostam muito, a Anta está fadada a desaparecer em pouco tempo se não houver uma política SÉRIA de contenção. O mesmo ocorre com muitas outras Espécies. Este sobrenome "Rozia" se deve ao fato de aqui no Rio Eiru existiram tres tipos de Anta,naturalmente que serão sub espécimes, mas a maior delas, é assim designada, e chega a pesar duzentos quilos, embora seja comum cento e noventa quilos.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Fim da Semana Santa, o esperado Sábado da Aleluia.
Depois de todas as privações pelas quais passavamos nos dias da Semana Santa, o Sábado de Aleluia, chegava com toda a força da redenção, do dever cumprido. Mesmo na surdina um boneco de palha em tamanho natural de um homem, era construido e oculto, para aparecer somente na noite de sábado, e seu nome muito segestivo era Judas, uma homenagem ao personagem Biblico a quem se atribuia o gesto de traição, que levou Cristo a morte. Este boneco era queimado à noite, na presença de quase toda a Cidade que revoltada, gritava desaforos e xingamentos ao boneco que então era enforcado e depois descido da forca para queimar sob aplausos da população presente...Este ato, simbólico bem caracteriza, o quanto era levado a sério a religiosidade do povo, mas, tudo tem sua excessão, e os rapazes mais moleques da Cidade, se juntavam dias antes e escolhiam um Sr. de idade, geralmente aqueles que eram mais ranzinzas, mais durões sobretudo no cuidado com suas filhas "moças donzelas", impedindo-as de namorar livremente, e com muitas outras regras seguidas severamente que, inibiam e desanimavam os pretendentes. Pois bem, estes Srs. escolhidos, depois do sacrifício de judas recebiam a visita de uma verdadeira procissão que depois das onze horas da noite, já com a luz da Cidade devidamente apagada [apagava as nove horas] se tinha reunido na praçinha, e de lá em uim grande cortejo, seguiam para a frente da casa do escolhido e munidos de um caixote, e um velho serrote, liderados por tres ou mais atrevidos e engraçados rapazes começavam a "SERRAÇÂO". Isto mesmo, a "Serração" com S pelo fato de não ser Cerração de nevoeiro, ou de pouca visibilidade ambiente,mas sim um ato de SERRAR, o caixote e aos gritos, fingirem que estavam fazendo a leitura de um testamento onde , o espolio eram as filhas do velho homem. Aos gritos perguntavam : Sr.fulano, para quem deixas a tua filha, e citavam o nome da moça, e perguntavam se era para alguem que sabiam que o homem não gostava, isto diante de gemidos e lamentos dos companheiros do que estava falando. Ora se hoje em dia uma coisa assim careceria de valor comico, na época, era aplaudidissimo, e se formava um verdadeiro teatro que tinha mais valor em noites de lua. A resposta era quase imediata: o dono da casa aparecia e muitas vezes com um Urinol cheio de urina ,e lançava seu conteúdo sobre os rapazes que mesmo esperando, algo assim, muitas vezes eram atingidos e então o público presente ia a loucura de tanto rir. Muitqs vezes, a população, era surpreendida pelo homem sair da casa portando uma espingarda e com cartuchos cheios de sal de cozinha, disparar em sua direção, provocando uma debanda geral e cômica com muitos caindo e sendo pisoteados. Esta festa puramente pagâ, vejam vocês, era o encerramento com chave de ouro da Semana Santa, e ficava sendo comentada, de várias maneiras por pessoas que nem sempre estavam no local, mas, para se fazerem importantes, muitas vezes fantasiavam o que apenas tinham ouvido e, como resultante disso tudo as historias cresciam, cresciam e o folclore se perpetuava. Uma outra atividade era exercida nas noites deste sábado: era costume roubar galinhas. Muitas vezes dos vizinhso, de amigos, mais por uma folia mesmo. As donas de casa que criavam muitas, fechavam bem seus galinheiros e prendiam cochorros perto da porta para tentar evitar os furtos que sempre acabavam assados, e degustados com uma boa "pinga", madrugada a dentro. Tempo poético, ingenuo, e saudoso...
domingo, 22 de setembro de 2013
A religião Católica em Eirunepé no tempo da minha adolescencia.
Como tudo o mais que eu tenho falado aqui,sobre o passado não tão remoto, as coisas mudaram demais, e o mundo parece que de 1956 em diante, avança com uma velocidade alucinante, em todos os campos de atividade humana. Vejo hoje que ainda existem milhares de fiéis Católicos.E esta verdade se comprova quando acontece a tradicional Procissão em louvor a São Francisco o padroeiro de nossa cidade. Isto porém não altera a mudança radical que sofreu a conduta da propria religião, dos fiéis que se comparados aos de antigamente, perdem a sua identidade austera e de respeito as tradições.Naquele tempo jamais alguem iria para uma festa dançante, nem iria para um bar ou botequim para beber, pois se o fizesse e a população visse, seria hostilizado. Não quero abrir uma questão que pode ocasionar uma polemica, até porque atribuo estas mudanças a consequencia natural que houve diante da evoluçao, da modernidade, e dos costumes que agora seguem em uma outra dimensão: a era da informatica. Mas deixem que eu relembre os costumes, os rituais e as normas de conduta dos que eram praticas Católicas; Vamos começar falando do respeito que existia com a Semana Santa. Aqui durante os dias da Semana Santa, todas as famílias [com rarissimas exceções] praticavam o jejum. As pessoas faziam um sacrifício e não se tomava o café da manhã. A primeira refeição era abolida mesmo para as crianças.Nos dias mais representativos, ou seja : nos dias que eram conhecidos por "Dias Maiores", quinta e sexta feira Santa,o jejum perdurava o dia inteiro para os adultos, e era praticado pelas crianças embora em menor escala de austeridade. Os sinos da Igreja Matriz que era frequentemente acionados, pois a cidade tinha um costume normal de tudo anunciar atrvés dos badalos; a hora da missa, a hora das novenas, outras atividades como Catecismo, e até os que morriam eram contemplados com as fúnebres e nostálgicas badaladas, que eram rotulados como , SINAL. Cada evento tinha um ritmo a ser tocado, dai, a minha afirmação de que, para os finados, eram tristes. É que ja eram conhecidos a maneira de cada acontecimento, e o anuncio da morte soava aos nossos ouvidos como um canto fúnebre, ou um som de "mau agôuro". na Semana Santa, não se ouvia um só badalo, o som dos sinos era substituido por uma caixa de madeira, na qual existia um disco de madeira dentada que fazia um barulho como se fora uma metralhadora, ao ser rodado e passar por uma tabuleta fina. O disco era acionado através de uma alavanca, e uns quatro meninos a carregavam somente no centro da cidade parando a cada cinquenta metros e fazendo barulho. Esta caixa era acionada as seis da manhã, ao meio dia e as seis da tarde, nem precisa dizer que a meninada disputava o direito de "Rodar a Matraca".Eram dias em que mesmo os moleques mais danados, se comportavam melhor, e as mães tinham paz. Nos Seringais, meio ainda mais atrasado, as coisas tinham maiores regidez, e em algumas famílias a semana inteira, as mulheres não saiam debaixo dos mosqueteiros, nao tomavam banho e nem os cabelos eram penteados. A higiene pessoal em si ja não era grande coisa, você meu leitor imagine estes dias, pois até sabonetes nos seringais era produto de luxo... Estes protetores de menstruação sexual das mulheres nem pensar, então.. O certo é que se obedecia fielmente os costumes da doutrina Católica. As missas sempre seguiam um ritual espiritual que evocava as tradições, e foram abandonadas pelos próprios Padres que agora se ateem muito mais em objetivos sociais e até mesmo politiqueiros esquecendo suas raizes de filosofia e dialética religiosa..Apelaram até para danças profanas na intenção de captarem fiéis agora sem muita convicção no ato religioso. Hoje eu vejo um comportamento um tanto quanto desprovido de Fé. E perdoem-me se chego a pensar que muitos que frequentam as Igrejas o fazem mais para dar uma satisfação a Sociedade que por devoção,ou amor a CRISTO.,,
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
O monstruoso MAPINGUARI
EM todos os lugares da Amazônia que você visitar, por certo vai ouvir muito sobre este monstro que bem parece ter saido da Mitologia Grega. Várias são as versões que povoam a cabeça dos caboclos e ha quem diga que ja o viu comendo carne humana. Como se pode ver, ele tem um tamanho descomunal, cerca de tres metros de altura, e ainda tem anormalidades como os pés, que lembram os cascos de quadrupede equino, sua boca cheia de dentes iguais aos de um Tubarão [tal a quantidade], se situa bem no meio da barriga, e seu único olho , fica bem no meio da face logo acima de um nariz igual ao de um Gorila. É realmente estarrecedor encontrar com ele. Sempre que são vistos, eles perambulam pelas altas e centrais matas de terras firmes, e despreendem um fétido cheiro, além de urrarem muito alto e de uma maneira que o mais destemido dos guerreiros, indios, ou um corajoso seringueiro quase desfalece, ao ouvi-lo. Quando nos visitar, fique atento; se perceber sua presennça fuja, evite o confronto....
Cervos da Amazônia.
Este desenho, é a reprodução de uma cena que ví as margens de um filete dágua, que escorria do Igarapé do Extrema no alto Rio Eiru. è uma cena bem comum aos olhos de quem percorre a selva ou caçando ou simplesmente andando: sempre que você enxergar um destes, por certo ela ha muito está ha muito, atento lhe olhando. É impressionante a cautela que estes animais tem nas menores ações que exerçam. Bem dentro da floresta, existem locais que possuem uma poça de água, e esta água deve ser cheia de minerais e nutrientes que os animais percebem e usam para comer a lama e tomar aquele caldo que se forma com o constante andar deles por dentro. Aqui conhecemos como : Barreiro. è um local que sempre tem frequentadores, e eles se constituem tambem de predadores, pois é um ótimo lugar para a Onça Pintada, conseguir abater, os Veados, os Porcos Queixada, os Caitetus [porcos menores] Pacas, e outros tantos animais, ja que quase a totalidade deles frequentam estes locais. Aves da familia dos Papagaios, os Pombos,os Jacús, enfim, creio que 98% usa este expediente para se alimentar e conseguir, o que não podem nas Farmacias. Ver um destes Veados chegar ao barreiro, ve-lô se aproximar, é uma coisa impressionante. Somente quem ja assistiu como eu, sabe como é bonito. Pena que na época que eu andava nestas matas, eu não dispunha de equipamentos de filmagem, nem máquinas de foto digitais como as que hoje existem.. Vejam que enquanto o macho come, a femea que está por tras dele , está atenta.
Recordando antigas postagens III
Este desenho mostra uma cena tantas vezes vista por mim, é a saída da família que mora em um igarapé distante que, sai para o Rio principal para ir a Sede do seringal para comprar estivas de sua manutenção.Vejam que animais se aproximam da casa, e sempre são atraidos por causa do sal que se usa na casa e que deixa resíduos do uso que se agregam ao solo e, assim se transforma este local, em um perene banquete.
Preserve a Amazõnia. Visite-a. Conhecendo-a, naturalmente aprenderá a ama-la, e então poderá defende-la com mais segurança.
Preserve a Amazõnia. Visite-a. Conhecendo-a, naturalmente aprenderá a ama-la, e então poderá defende-la com mais segurança.
Relembrando postagens antigas II
Escolhi este desenho no qual enfatizo o cuidado de uma casal de passarinhos com seus filhotes, na esperança de que este carinho, esta atitude, estimule a prática em pessoas que estão esquecendo a ternura de um amor assim.
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Recordando antigas postagens
Escolhi estes dois desenhos, porque eles ilustram bem o meu mundo. Acima, eu mostro a pequenez do homem, na sua casinha de Paxiuba coberta com palhas de Caranaí, diante da magestosa e imponente Floresta, que emoldura a sinuosidade do Rio. Com um dos bonitos habitantes locais, trouxe o Rato Coró, ou Rato Cantor, pois este rapaz, depois de construir este ninho [apartamento] fica na janela cantando, e tentando despertar parasi proprio o interrese de alguma fémea que por ali passe. è uma luta ferrenha e barulhenta pois vários concorrentes tambem ficam fazendo o mesmo tipo de apelo sexual. Espero que tenham gostado.
As noites do Verão da Amazônia.
Ainda relembrando a minha adolescencia, quero lembrar as noites de verão. Era muito diferente de agora., porque as estações [2] inverno e verão, tinham estabilidade. No verão [o tempo seco] , fazia frio aqui, quando esfriava no sul. Eram "friagens" fortes e demoradas, O tempo era seco quase não chovia durante os meses de Junho, Julho, Agosto, Setembro e somente ja no fim do mes de outubro é que começavam as chuvas. As primeiras eram chuvas fortes e com muitos trovões e raios. Durante o verão, o céu era a coisa mais bonita que eu achava. Nas noites sem lua, eram tantas as estrelas que se viam, e nem uma única nuvem para embaçar, que paraecia ter luz da lua. O ceu era rendado de pontinhos que brilhavam e piscavam. Nas noites em que a lua aparecia, era o dia que voltava para festejar a luz azulada de sua namorada. Talvez por falta de opções, talvez por causa do atraso de nossa cidadezinha, na verdade uma provincia, existia um clima romantico, e este clima fazia com que jovens apaixonados, jogassem no ar as canções que falavam de amor, de ternura, e aos acordes dos violões, e de suas vozes melodiosas, a noite parecia se vestir tambem de festa e se emoldurava nas notas musicais. Hoje, não existe mais o romantismo... o namoro, aquele ritual que era o mais importante de um futuro juntos, não tem mais nenhuma razão de ser. Houve uma banalização dos sentimentos e que saudade que sinto daquele tempo de outrora. O mundo mudou. Os homens estão conseguindo destruir tambem o proprio planeta. A emissão de gases, que jorram as toneladas expelidas pelas Fábricas, não só enfeiam as noites de onde estão, mas refletem-se em lugares distante como o nosso, ao descompassar a Natureza que ja não obedece a um ciclo de clima estavel.. E nós, pagamos por isso. O modernismo, a evolução prática, e realista do momento, não apenas desfez parte da beleza que existia na natureza, trouxe tambem consigo, o esfacelamento de valores morais, de instituições como a Família, o respeito e o proprio amor entre humanos. Aqui, e ali, vejo uma noite bonita e me quiedo, admirando a lua que nem sempre é notada pelos jovens ou mesmo adultos que tambem estão perdendo de admirar a beleza que DEUS lhes deu.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Noites de Luar, caminhadas para comer pã0 quentinho.
Nem sei se meus visitantes estão gostando de minhas últimas postagens. recebo esporadicamente alguns comentários, e para ser sincero, gostaria que fossem bem mais, para trocar ideias, para aceitar sugestões e saber: estou seguindo um caminho certo??? Na verdade, é que mesmo para os habitantes atuais de minha Cidade, estes fatos passados, não tão remotos,alguns são totalmente desconhecidos e quase impossivel de acreditar que as Inambus fizessem isto... Afinal , todos conhecem estas aves, mas hoje em dia a margem oposta está cheia de casas, roçados, crianças, luz elétrica, barulho e o natural desaparecimento da vida selvagem, aconteceu sumindo cam as aves... Então agora vou contar um outro episódio, do dia a dia. Naquela época, o transporte de meracdorias era feito por embarcações movidas a vapor, e as mais comuns, eram as "Chatas", que ganharam este nome porque seu casco todo em ferro era uma balsa bem baixinha onde se construia em cima, dois pavimentos. O de baixo abrigava a lenha que era comprada nos portos jã estabelecidos, tinha um curral para acondicionar animais para o abate e a manutenção alimentar, as máquinas imensas,a grande Caldeira, e ainda serviam de lugar para dormir em redes para aqueles que não podiam pagar o preço de um camarote. Tambem na parte de baixo eram abrigados os tripulantes inferiores, marinheiros etc. Na parte superior, a sala de comando com uma imensa roda de leme, toda em madeira entalhada, a seguir quatro camarotes para a tripulação de elite, Comandante, Imediato,Gerente Comercial ´e um Enfermeiro, seis camarotes eram destinados aos passageiros de "luxo", tinha um espaço com uma mesa bem comprida ali se servia a alimentação dos passageiros e dos tripulantes,[ esta mesa era removível na ocasião de llgum baile], no canto esquerdo da popa, uma lojinha [precursora das lojas de conveniencia] vendia até gibis, que embora antigos, eram a minha paixão, logo agregado a loja, o banheiro feminino, separados por um estreito corredor, no lado direito o banheiro masculino, uma mini padaria e ainda a cozinha deste andar.. esqueci de dizer que na parte de baixo tambem tinha uma cozinha. Era um luxo para a época mas, andava muito pouco, era lenta demais, era impulsionada por uma grande roda de ferro da largura do barco e nesta roda, tábuas grossas de madeira pesada tangiam a água. Em cima do toldo, uma comprida chaminé não parava um segundo de expelir uma fumaça as vezes bem escura, dependendo do esforço desenvolvido. Um apito de som fino e estridente, anunciava sua chegada e sua saída. Era ouvido de longe, e cada vez que soava vinha acompanhado de uma nuvem de fumaça extra.. Gastava entre Manaus e Eirunepé "somente" trinta e sete ou trinta e nove dias. Muitas vezes pessoas com parentes doentes que adoeciam em Manaus, enviavam cartas anunciando a doença, mas quando as recebiam os parentes que qui estavam,os doentes, haviam morrido. Bom deixem eu contar que era nestas embarcações que a Cidadezinha comprava TRIGO, para fazer os pães que todos gostavam tanto. Geralmente compravam apenas seis, no máximo dez sacas, que duravam apenas uns vinte dias. O municipio todo devia ter umas tres mil pessoas, entre os habitantes da Cidade que era de cerca de mil e oitocencentas pessoas, e a população dos seringais completava tres mil habitantes. No dia da chegada da CHATA, era uma festa, e independente da hora que chegasse, apesar da anciosa e incontida espera, os pães só seriam feitos ao anoitecer e vendidos em seguida quentinhos...uma mania, rabugenta do dono da padaria? o velho bonachão e enfezado portugues, Chico Ferreira. Respeitado e querido na cidade, só muito tempo depois de sofrimento inexplicaval, consegui [Será mesmo], entender o porque desta atitude: a falta de pães, a chegada do trigo, e nas noites deste acontecimento, as moças de família se reuniam e iam até a padaria em um verdadeiro desfile de beldades. Lá, atras do balçao, um sorridente coroa, tirava suas casquinhas com as donzelas. Casquinha estas que não passavam de meros e melosos elogios ditos em um portugues arrastado no sotaque luso, que as moiçolas quase sempre não entendiam mas que gratificavam o velho portuga com esfuziantes sorrisos. Esta era a festa do PÃO. Outros padeiros depois fizeram historia tambem: Sr. Juvenal, pai dda linda Anita e o folclorico Sinhorzinho, um especie de Bocage tão propalado por suas ferinas "tiradas".Hoje tudo isso foi esquecido, talvez na verdade careça de valor, mas para mim, um contador de historias é bom registrar. Ajude-me a tornar melhor meu, nosso Blog: teça comentários vai me deixar feliz, tanto quando recebia de minhas irmãs no balcão da padaria, o desejado PÃO.
domingo, 15 de setembro de 2013
A invasão das Inambus
Proseguindo em meus relatos sobre Eirunepé da época de minha adolescencia, devo contar sobre a Invasão das Inambus. Em frente a nossa Cidade passa o Rio Jurua e a margem oposta é varzea, ou seja: na época das cheias fica submersa com até dois metros de profundidade, em alguns lugares, mas, em frenta a cidade não fica nada de terra. Na parte de tras desta margem se situa um lago e não existe terra ffirme senão no lado da cidade. As Inambus, são aves da familia dos galináceos, primas das perdizes que habitam a Europa e o sul do Brasil. Existe uma variedade grande delas, e aqui perto da cidade existia a mais comum, que chamamos Macucau, tem o porte médio, podemos comparar com um frango novo,[esta comparação se prende a quantidade de carne da ave, ja que no aspecto físico as Inambus tem a cabeça pequena semelhante a um Pombo e suas pernas são curtas. Voam em curtos espaços e isto era a causa de cairem na cidade pois para atravessar o Rio tem que voar mais de cento e cinquenta metros, um esforço e tanto para uma ave que vive andando no chão.] e elas nesta época eram abundantes perto da cidade e forçadas a fugir da enchente, atravessavam o Rio e caiam nas ruas ou quintais da cidade fazendo a festa da meninada e até de adultos. No inicio do inverno quando as águas começavam a subir, todo dia caia umas dez ou mais . Lembro uma vez que minha mãe que era muito religiosa estava na igreja ao entardecer com umas comadres suas, e uma Inambu entrou por uma janela e caiu bem a seus pés, não preciso dizer que ela a trouxe para casa . A diversificação das Inambus é grande , e vou fazer uma descrição por tamanho, citando as menores e evoluindo no tamanho: URÚ, do tamanho de um pombo mas com o aspecto de perdiz, Inambu Preta, do tamanho de um franguinho, Inambu de Terra firme, um pouco maior, Inambu Macucau, Inambu Galinha, seu nome se deve ao tamanho e semelhança com sua parente, mas diga-se que a Inambu tem mais carne na parte nobre: tem o peito bem mais carnudo. Por fim existe a Inambu Azul, um especie que mesmo nos seringais está raro de ser encontrada , Está em plena fase de extinção devido a sua caça, desenfreada, nas decadas de 50/60. Esta ave bastante grande , quase do tamanho de um Peru, tem sua coloração em tons de cinza que os caboclos chamam azul..Será Daltonismo??? Uma observação lamentavel; todas são gostossissimas, e portanto muito perseguidas. A Inambu Macucau, deve ter um processo muito especial de procriação haja vista que ainda existe em quantidade na região, e sempre é a mais fácil de se encontrar. Os Amazonenses, aprendem a imitar seu assovio e, na selva se escondem e a imitam; ela muito curiosa vem se entregar ao caçador que pode atirar com uma distancia mínima. Quando as águas começam a recuar nas váezeas, os moradores de seringais , ou comunidades, espalham armadilhas que chamam Arapuca, e pcolocam frutos de uma planta da família das Gramíneas e conseguem caoturar muitas, depois, as escondidas são vendidas na Cidade.
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
Minha infancia e adolescencia na cidade de Eirunepé.
Acho que estou com uma crise aguda de saudades da minha antiga Eirunepé. Não sei se me joga de encontro as lembranças, as mudanças tão drásticas que hoje presencio com pesar. Antes a Cidade era pequena, a população se conhecia, se gostava e respeitava. Era um tempo de muita tranquilidade, sem carros nas ruas, apenas umas poucas bicicletas, sem TV, sem Celular, sem AIDS, sem DROGAS [a única que se usava era a velha e boa pinga, ou o tabaco natural] tabaco que era, usado artesanalmente sem o agravante das quimicas para torna-lo perfumado e atrativo. Até os aviões eram poucos os que aqui chegavam, a Companhia Aérea era a Pannair, que usava os aviões anfíbios Catalina remanescentes da Segunda Guerra Mundial. O percurso entre Manaus e Eirunepé era feito em cinco longas horas, em face do baixo desempenho da aeronave e tambem da demora em todos os aeroportos que chegava, ou os flutuantes que os recebiam na época das cheias. O mercado, vendia peixes, grandes saudáveis e muitos, no entanto carne de bovinos ou mesmo suinos, era raro ter disponivel acontecendo tambem com carne de frangos, ja que só os consumiam pessoas que criassem em seus quintais. A alimentação era natural e sadia. Verduras sem agrotóxico, Galinhas sem anabolizantes, cresciam normalmente saudaveis e muito gostosas. As canoas eram impulsionadas por remos, e cheguei a ver uns dois documentos datados dos anos de 1889, nos quais as distancias eram registradas nestes documentos pelo tanto de remadas que uma pessoa tinha que fazer em certos trechos. Não existiam motores, adaptaveis com rabetas e rarissimos eram alguns que chegaram aqui, movidos a querosene tipo motores de popa, só que suas rabetas mediam mais de um e meio metro de comprimento, e seu tamanho apesar de terem no máximo oito Hp, correspondiam aos de hoje com 150Hp. Varias vezes vi pessoas chegarem com Pirarucus de tamanhos descomunais, alguns com mais de tres metro e pesando quase duzentos quilos, Tambaquis de trinta Klos eram comuns, e os maiores chegavam aos trinta e sete ou trinta e oito, e sempre eram pescados. A pesca destas espécies citadas eram feitas as vezes em frente a Cidade no Rio e nos lagos da periferia ,abundavam. Minha mãe criava muitas Galinhas e eu lembro que aguardava ancioso os dias de semana quando ela preparava este prato. Registro aqui a arte sem igual de minha genitora na arte culinária. Tinha um livro editado em Portugal que tinha sido de sua mãe que a recebera de minha avó, que tinha todas as boas receitas de doces e bolos. Nem preciso falar que ninguém conhecia Gás, e os fogões, consumiam lenha. Minha mãe muito criativa e inteligente, projetou um forno pratico para assar pequenos bolos feitos em uma lata vazia de querosene. As latas, tinham capacidade de vinte litros, Minha mãe retirou a tampa de uma delas, e mandou que um funileiro [o único da cidade] soldasse dentro da lata uma chapa tambem de flandre, dividindo um terço do espaço util do interior da mesma. Na parte baixa, colocava carvões acessos, acima da chapa, a forma com o bolo e, em cima da lata mandou fazer uma grade tambem de fflandre de dez centimetros de altura que rodeava a lata,que tambem recebia carvões, assim o bolo era aquecido rapidamente com calor por todos os lados. O fundo da lata tinha pequeninos furos, e na frente uma tampa confeccionada pelo funileiro fechava o "forno" depois de receber os carvões e o bolo. Coisas assim aconteciam estimulando a criatividade adquadas a situação do momento. Lembro que meu Pai trouxe um fogão de ferro esmaltado a lenha, que tinha além de tres bocas para fogo, com tampas que regulavam as chamas, um grande forno, e ainda a novidade de ter um deposito para água que aquecia com o uso de qualquer atividade do fogã o e ainda contava com uma torneira para retirar água. Vou fracionar este tema em várias postagens pois tenho muito que contar desta época.
Casa de meus pais nos idos de 1956
Este é um desenho ffeito totalmente preso a natural memoria que tenho de minha casa no melhor periodo de minha vida; a minha infancia. Nem sei como definir seu estilo, sei que de inicio era apenas este bloco central e, que ao passar do tempo as necessidades de acolher mais pessoas,[minha avó paterna viveu os seus últimos anos de vida conosco e para ela foi construido esta aba do lado esquerdo. A aba direita surgiu para o casal,meus pais. e as outras dependencias para dormir ficavam na parte superior acomodava todos os filhos que aqui moravam, pois meu irmão Vinicius, desde muito cedo residia em Manaus ] Era um tempo bom, de tranquila serenidade, com os valores humanos sendo respeitados, oriundos de uma educação doméstica rigorosa,que acontecia em todas as famílias mesmo as mais humildes. Infelizmente, uma moça que trabalhou como auxiliar de doméstica com minha mãe, destruiu com fogo todo um acervo de fotos que existia sobre a família. Não por maldade, mas por displicencia ela resolveu queimar umas caixas com papeis, e em uma delas os albuns de fotos foram tambem consumidos pelo fogaréu. Ficou a lembrança...retida no arquivo das mais importantes fases de minha vida, ao ver este desenho, viajo revendo meus velhos, meus irmãos, relembro amigos, fatos, datas e tudo o mais que povoa este mundo da saudade. Hoje, Eirunepé não guarda mais nada desta Cidadezinha. Seus antigod prédios residenciais, casas simples, mas verdadeiros museus de historia, cederam lugar a construções modernas bonitas e caras. A sua infraestrutura atual, obedece os padrões de uma Cidade moderna embora que pequena. Mudou tambem a maneira de ser das pessoas, a população nesta explosão demográfica do mundo todo,acompanhou a agilidade das inovações e trouxe além da modernidade, da tecnologia, a desvalorizaão de muitos conceitos éticos, de muitas regras agora rotuladas de "brega"mas que tornavam aqueles tempos, além de romanticos, bem mais humanos. Perdoem o Saudosismo.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
Mais uma historia de seringueiro
Coloquei aqui este meu desenho sobre um trecho do Rio Eiru, ja publicado ha tempos, para ilustrar, e dar ao meu visitante uma visão do lugar maravilhoso em que vivi tantos anos de minha vida. Em uma postagem recente, contei um pouco sobre um seringueiro risonho, muito meu amigo, coisa que era comum a todos eles pois nossa convivencia era harmoniosa, e amiga na mais ampla concepção da palavra. Agora vou falar de um outro, que tinha uma particularidade bem diversa do primeiro, mas nem por isso menos interessante. Vejamos; era um Sr. de meia idade, e que tinha, fama no rio todo de ser um "homem sabido", embora de verdade mal assinasse seu nome. Ele tinha uma maneira toda formal de cumprimentar as pessoas, e no seu relacionamento comum era sempre muito sério,e impunha respeito por isto mesmo. Até aí, nada de mais, porém ele buscava ouvir conversas de pessoas mais cultas, e decorava palavras que achava bonitas, e ficava de prontidão para usa-las tão logo pudesse. Assim é que ele se impressionou com a palavra PROBLEMA. Achava lindo quando alguém dizia:-"ora fulano, isto não é problema. Ou : não tem problema, isso se resolve etc.. e eu me continha para não rir, quando o nosso amigo [que nunca aprendeu a dizer PROBLEMA] sempre que conversava comigo, pagava para contestar algo dizendo em alto e bom som: -ora Sr. Conrado isto não tem PROGRAMA. Por favor, não interpretem mal o fato de eu contar estas coisas, estes"CAUSOS", não o faço para debochar nem diminuir ninguém, mas com o simples intuito de dividir com voces fatos que vivi e dos quais, podem crer...sinto saudades.
A Amazônia merece um respeito eo carinho real de todos. Vamos preservar para que nossos filhos e netos possam gozar desta maravilha, que muitos nem valorizam porque estão vivendo nela.
Continua a depredação da Floresta. Infelizmente !
Pessoas dizendo que estão sem casa, ou que querem reforma-las, estão continuamente serrando madeiras de uma área que minha família preservou por tantos anos, e esta madeira na realidade é para comercializar, atitude igual a que ocorre com os invasores de terra que alegam não ter onde morar, e esta situação se torna uma empresa de invasões que apenas visam lucro, pois na verdade de cem invasores, talvez nem dez realmente necessitam da terra, A prova está que nenhum membro de minha família fez abate indescriminados como se faz agora. Nesta região, existiam intocadas várias árvores de uma espécie de Massaranduba, temo que em mais um ano, no processo de desmatamento que está acontecendo, não exista mais uma única árvore. Autoridades veem, sem ver...repetindo o que sempre ocorre nos programas vespertinos das redes de TV, onde bandidos matam, por motivos futeis, apenas por matar e, não se pode fazer quase nada, geralmente são "menores" que "inocentes" apenas sabem que existe uma IMPUNIDADE que os soltará da prisão, aonde passarão apenas tres anos, quem sabe fazendo um curso de aperfeiçoamente na escola do crime e da contravenção. Aos maiores de idade, a eles é direcionado quase sempre uma equipe de cidadãos da Defesa dos Direitos Humanos. No entanto, a pobre família que fica muitas vezes sem seu chefe, seus filhos, NUNCA recebe ninguém que vá para tentar ajudar. Êta Brasil !!!!!!!!!!
meus bons tempos de Seringalista.
Lembranças pitorescas do meu tempo de Seringal. O convívio com mais de cento e sescenta famílias de seringueiros no seringal Stª Maria no alto Rio Eiru, me dava a oportunidade de conhecer os mais variados tipo de gente, e esta diversificação trazia consigo um manancial de personalidades bem distintas . Era uma faculdade de Sociologia, quando via certas atitudes, certos pensamentos de pessoas do mesmo nível cultural, mas com suas divergencias naturais a cada ser humano. Tinha um seringueiro [ainda está vivo e reside aqui em Eirunepé, no Bairro de Fátima] que ria por quelquer motivo, ou por nenhum, e sempre estava de bem com a vida. Seu nome: Antonio Padeiro. Antonio, um moreno de estatura média aos padrões de nossa região, era um seringueiro de produção regular, e como nao poderia ser diferente; simpático e muito querido por todos. Quando surgiram os primeiros gravadores vindos para a Zona franca de Manaus , por volta dos anos 66/67, nossa empresa trazia para cá as novidades atraentes que vislumbraram todo o Brasil, haja vista a quantidade de pessoas que chegavam a Manaus para fazer compras. Bom, comprei um gravador que usava uma fita em dois carreteis, e tinha o aspecto de um rádio de pilhas, muito usado nos seringais para trazer notícias e os jogos do campeonato carioca. Subindo o Rio, para mais uma viagem de atendimento aos seringueiros do meu seringal, eu passava pela casa do bom Antonio que se situava mais ao menos no meio da viagem entre a Cidade e a sede do Stª Maria. Como eu sabia que ninguem ainda conhecia um gravador, resolvi aprontar uma "pegadinha" com meu amigo, e resolvi parar par que se fizesse um jantar, e só recomeçariamos a viagem no dia seguinte. A tarde caia, e a noite chegava trazendo o silencio cortado pelos cantos noturnos da selva mas tambem com a conversação entre os tripulantes do barco e as pessoas da casa que sempre queriam notícias da Cidade. As casas de seringal não usam cadeiras e é comum as pessoas se sentarem no assoalho, em rodadas para conversar ou para comer. A meu lado, Antonio era sorrindo o tempo todo e sempre eu o instigava com algo engraçado o que aumentava em muito o volume de suas risadas, a seu lado estav eu com o gravador ligado, e afita rodando. Ele olhava , olhava e depois de uma meia hora enfim não conteve sua curiosidade e já para se fazer de ferino observador, apontou para o gravador e querendo fazer pilheria disse: que diabos de rádio é esse? só faz enrolar uma fita e nunca fala nada? isto foi dito entre um acesso de riso, contagiante por conta de sua cara que mostrava surpressa e desdém. Depois de mais uns quinze minutos de voltar a fita, eu falei para ele e todos da rodada: escutem esta rádio nova que eu vou sintonizar. E, quando a conversa que tinha sido gravada, começou a ser reproduzida,e a identificação das vozes e os assuntos recem falados, foi um misto de surpresa e medo , e só foi contido quando expliquei o que na realidade era o aparelho, e então Antonio disparou em risadas desta vez incontroláveis, e quando ouvia sua voz e as outras tão familiares, rolava pelo assoalho de paxiuba e apontava para, e o gravador chamando-o de "bixim abusado e fuchiqueiro". Por muitos dias eu continuei rindo sozinho cada vez que lembrava desta situação tão inusitada, que se valorizava pelo flagrante expontaneo daquele povo simples e amigo. Se fosse hoje em dia, com certeza sua postagem na Internet seria acessada por milhões de usuários que se divirtiriam muito.
Estamos na época em que os Quelonios estão colocando nas praias seus ovos. A perseguição aos ovos e aos próprios quelonios é criminosa. Receio que em mais dez anos estejam Extintos na Amazônia.
Estamos na época em que os Quelonios estão colocando nas praias seus ovos. A perseguição aos ovos e aos próprios quelonios é criminosa. Receio que em mais dez anos estejam Extintos na Amazônia.
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
A Cisga
Relatos de costumes de meu povo. ----- A Cisga é uma maneira de arrastar uma canoa em uma praia por ocasião do Verão, quando o Rio está com pouca água, e se o canoeiro estiver subindo o Rio, lutando contra a correnteza. O Rio Juruá, apesar de ser um dos mais sinuosos do Planeta, oferece praias sucessivas e algumas muito longas, por vezes acompanhando duas voltas do rio quase sem interrupção. Geralmente o caboclo que vem remando em uma canoa, trazendo consigo a família ou mesmo uma carga de produtos silvestres, tem que atravessar o Rio a cada volta para aproveitar a parte das praias, onde apesar de ser raso, a correnteza tem um volume menor. Ao chegar á praia, então o proeiro, desembarca, se vierem mais pessoas tambem o farão deixando na canoa apenas um de menor peso que ficará na popa, com um remo para pilotar, ajudando que a canoa não fique desgovernada, pois a "Cisga", é o nome que se dá ao ato de puxar a canoa com uma corda longa que deixe um espaço entre a mesma e a praia de pelo menos seis, sete metros. Nesta distancia, o homem que vier por terra se adianta da canoa, e o que vier pilotando, faz com que ela não se aproxime do raso excescivo mantendo uma velocidade regular. Geralmente tambem ficam na canoa as crianças pequenas e uma mulher se estiver trazendo consigo uma criancinha de colo. Nestas excurções sempre são ácompanhados por seus cachorros e é com frequencia que o animal, vez por outra saia em desabalada carreira em perseguição de algum animal selvagem que as pessoas não viram, mas que seu faro detectou. Quase sempre então a viagem sofre um atraso pois o dono da canoa, deixa alguem segurando-a na beira e corre com uma espingarda, no rumo dos latidos e sempre volta com alguma caça. Vou conseguir fotografar uma canoa nesta situação e breve estarei permitindo a visualização da Cisga. Tentei saber a origem do nome, mas até o momento não tenho uma informação cosistente. Este é um fato que está se tornando raro, pois agora existe facilidade de ter um motorzinho para impulsionar a canoa, o que torna desnecessário, estas ação.
Meu telefone [092]94590665, caso você que está sempre conectando meu Blog queira fazer perguntas, ou simplesmente trocar ideias, pode ligar. Estarei sempre pronto para falar sobre esta região maravilhosa e que a meu ver continua desconhecida.
Meu telefone [092]94590665, caso você que está sempre conectando meu Blog queira fazer perguntas, ou simplesmente trocar ideias, pode ligar. Estarei sempre pronto para falar sobre esta região maravilhosa e que a meu ver continua desconhecida.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Uma viagem de memória e de saudades.
O retorno.
Depois de um periodo conturbado, em que minha vida por culpa de uma pessoa que para mim era importante [a única pessoa, de quem jamais eu esperava, que tivesse vontade de me prejudicar, caluniar, na tentativa de ficar com meus bens materiais] eu sofri momentos inimaginaveis, pressões, e aborrecimentos, aonde a força que me deu sobrevivencia, veio tão somente do fato de ser totalmente inocente. DEUS, este personagem que acalenta os que tem Fé, os que NELE acreditam, deu-me forças, e conforto espiritual para não tomar uma decisão de reação, que por certo seria JUSTA, mas que me tornaria aí sim; um fora da lei. Hoje, a própria pessoa que me caluniou, mostrou para toda a população de minha cidade, quem na realidade é. Mostrou a ausencia de Carater, um comportamento indigno, e enlameou a propria conduta. Esperei e continuo esperando e confiando na Justiça. Nunca fiz nada que pudesse ser reprovado pelo meu povo. Estou ainda no aguardo de que se faça justiça ao me reintegrarem a meus bens ou, ao que deles resta.. Mas os momentos vividos e sofridos, me fortaleceram como ser humano, e quero continuar na minha luta de preservação da Floresta, de seus habitantes, do meu mundo tão selvagem e tão puro, onde as ações e reações entre seus seres, são apenas frutos do instinto de sobrevivencia, nunca estimulado pela ganancia, pelo mau carater. ou o simples banditismo. Doi muito mais que a mordida de uma cobra, a traição de quem se gosta. Perdoem este desabafo, é que dentro deste velho homem, existe um coração que tenta desesperadamente achar que os humanos são melhores que as feras da minha Selva Amazônica .
. Tenho novos desenhos, vou começar a publicar tambem fotos que terão como tema, o dia a dia de ,nossa gente, explicar o que achar necessário e através das fotos, quem sabe conseguir convencer pessoas do Planeta todo que ainda é tempo de SALVAR de VERDADE a AMAZÕNIA.
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