domingo, 15 de abril de 2012

Curiosidades de nossa gente.Pesca na Campina.

No mês de Março, começam a fugir para o Oceano as grandes águas que todo ano inundam parte da Amazônia, e para nós, começa o que errôneamente chamamos Verão.  Errado porque é tempo de frio no Hemisfério Sul, e aqui, também faz um pouquinho, sempre que as frentes frias vindas da Antártica, chegam ao Sul,Sudeste, avançam pelo Centro-Oeste , terminam chegando até nós,em forma de "Friagens".Logo depois dos dias de frio, começam dias ensolarados, porém cheios de ventos constantes, e a própria Natureza parece festejar, quando ouvimos mais cantos de pássaros, mais atividades dos animais na Selva, e o sol, mesmo exuberante, neste período, não maltrata tanto a pele da gente. Em Maio, Junho, a selva está seca, enxuta, o clima ameno permanece e é hora que surgem as Campinas, lugares em que a selva permanece alagada e a mata vai morrendo aos poucos.
Em seu lugar, surgem capins, e arbustos, muitos com espinhos,e muito difícil de andar dentro, pois intercala pedaços de terra seca, com bolsões de água. estas Campinas nascem de grandes curvas que o rio tem e que, tem o formato de uma ferradura de cavalo, quando em uma cheia, este pedaço que fica estreito se rompe, o rio começa a cursar por ali e a grande curva fica isolada, nascendo assim um lago, que ao passar dos anos vai assoreando este lago e a Campina se forma. Muitas vezes esta situação se expande em terras baixas, a as Campinas ficam imensas. Quando instalada a Campina, nos seus poços de água que se comunicam por filetes, um verdadeiro viveiro de peixes surge e os mais populosos são os Carás {tipo uma Tilápia africana} que tem uma variedade de espécies muito grande, culminando com o Cará-Açu, um peixe de tamanho médio e MUITO  SABOROSO.  Outra espécie muito comum em Campinas é o Jiju, um peixe de escamas bem miúdas, de formato alongado e roliço, lembrando um charuto, e que é muito esperto e voraz. Mede até vinte e cinco centímetros. Quando os seringueiros pescam na orla das Campinas, é fácil encontrar lugares em que tem tantos Jijus, que as vezes, depois de minutos jogando e pegando com o anzol munido de isca, ao jogar sem nada, eles abocanham. É um peixe resistente e se estiver em um poço que vá secar, ele presente, e migra por terra para outro loçal de água.  Tem muita força no anzol, e ao ser capturado, faz movimentos rápidos que a linha do anzol, treme e faz ruido.  Muitos Carás estão sempre juntos aos Jijus, e em uma manhã de pesca, é possivel trazer centenas de peixinhos, se forem uns quatro ou mais pescadores com BASTANTE ISCAS. Sem dispor de equipamentos de pesca com estorvos de arame de aço, os caboclos improvisam, enrolando um flandre {pedaço de uma lata} na parte que sai do anzol, para proteger das mordidas, e não deixar carregar o anzol.

                                                   Ecy  Monte  Conrado  

   Se um dia tiver oportunidade de ir pescar em uma dassas Campinas, não deixe escapar, vá e se devirta.

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