sábado, 28 de abril de 2012

Novas fotos de nossos animais de estimação.

 Minha esposa está em Manaus. Sentimos saudades todo instante, nem teríamos como negar. Quando ela está aqui,só ela se ocupa de estar com a Ket,     [Curica , espécie de Papagaio] e o Camim, [Jacamim] prefere a minha companhia, e sempre que estou em casa , andando pelo quintal, ele é meu cão de guarda, meu companheiro de caminhada, e até chegamos a conversar através de Telepatia, pois sempre nos entendemos muito bem.  Com a ausência de minha esposa, tenho um cuidado especial com a Ket, e procuro estar atento dando comida, e fiscalizando se não existe nenhum gato invasor dentro do nosso terreno.                         Eles são Especiais.Posso dizer sem medo de estar errado que Nós, fomos adotados por Eles, e que nos gostamos muito.
                                












Olhem  a expressão da Ket, quando vou chama-la para comer algo.  É realmente uma menina danada e inteligente. 
                                                ECY   MONTE   CONRADO
                                                  Somos uma "família" FELIZ

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Onças Pintadas

Estas são Onças Pintadas retratadas na margem de um rio qualquer de minha região.  Este quadro eu fiz para participar de uma Exposição de Artes Plásticas, que montei no Salão Nobre da  Prefeitura Municipal de Eirunepé, que aconteceu entre os dias 25 de Setembro e 04 de Outubro de 2011.  Estou como Coordenador de Cultura do Município, e consegui reunir alguns artistas e fizemos uma demonstração de nossos valores. Me surpreendi com o número de vistantes que superou todas as expectativas. Fizemos um livro de registro de visitas, e mais de mil pessoas assinaram. Um número expresivo para a nossa pequena cidade, que não é acostumada a este tipo de evento. Estamos projetando para este ano em curso, uma nova Mostra desta vez com mais participantes, e uma estrutura melhor.  No Facebook, estarei postando trabalhos desta Exposição.

                                                      Ecy  Monte  Conrado   

            A Arte, é uma maneira de falar e mostrar do que gostamos, do que vivemos, e onde estamos.

domingo, 22 de abril de 2012

Cena típica da passagem de um antigo barco Regatão.



Quantas vezes, cheguei em locais assim.  Os seringueiros residiam onde existiam as árvores de Seringueira, e escolhiam locais onde houvesse bastante para, construir as "estradas" e  a casa.  O lugar passava a ser conhecido como; Colocação.  Aqui neste trecho de rio, criei várias casas, e a maior, de duas portas é no estilo das lojas armazem de cada seringal. Locada na sede do Seringal, esta pomposa casa ganhava o nome de Barracão. Lá vocês podem ver, o desembarque de mercadorias.  Este barco fiz, semelhante ao que tantos anos me serviu de casas de comércio itinerante. Aqui nesta margem, uma casa típica. No porto, vê-se uma tábua larga, ela é conseguida em uma só peça, sendo extraida de sacopembas de algumas árvores. Algumas são resistentes e duram muito, outras em um ano estão sem condições de uso.  Esta mulher que está perto desta canoa suspensa, cuida de um "canteiro" lugar que se usa para plantar, Cebolinhas, Coentro, Couve e Pimenta, pois são as únicas verduras que ainda se vê por aqui. Sempre que uma canoa não serve mais para transporte, ela é transformada em "canteiro".Um costume engraçado , é o de colocar cascas  de ovo de Galinha em cima das pontas de Cebolinha, elas acreditam, que faz bem a planta e ainda serve de proteção contra "mau-olhado" o famoso OLHO GORDO.  Sempre que o rio seca um pouco, ou muito, o barranco fica cheio  de lama e então colocam pedaços de troncos de madeira, para servir de degraus.Esta casa em que está a mulher é totalmente construida em Paxiuba, com esteios de Aquariquara, e a cobertura em palhas tecidas de folhas de Caranaí.

                                                        ECY  MONTE  CONRADO 


           A saudade, e as lembranças, são fatores de inspiração para meus modestos desenhos.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Uma realidade em meio minuto.

Foi semana passada, fui olhar uma canoa que pretendia comprar, e bem na curva do rio, em um pequeno remanso, perto da Cidade logo abaixo antes da Foz do rio Eiru, ví com tristeza a dificuldade que esta pequena Garça estava tendo para conseguir pescar um peixe.  LIXO, garrafas de Pet, Sacolas de Plástico, latas vazias, e outras porcarias, estavam no lugar dos antigos capins, ou do barranco limpo.  Tenho um péssimo costume de nunca levar minha máquina fotográfica, por isso tive que improvisar rapidamente este desenho, para registrar minha revolta, meu descontentamento.  




                                                       ECY  MONTE  CONRADO
                                                 Nada a comentar, somente a gravura falará.

Novas fotos de meus animais queridos.





 Na foto de cima, está a Ket, nossa curica que vive livre, que pode voar, mas que preferiu o carinho com que a tratamos e mora conosco.Gosta muito de nós,  principalmente de  minha esposa a quem ela, costuma chamar: minha rainha.  Agora a Leana [minha mulher] teve que ir á Manaus para tratamento de saúde, e eu, tenho que me envolver mais com Ket, para amenizar a saudade que é tão evidente, que dá pena.  Ela gosta de se refugiar nesta árvore de Cacau, que como vocês podem ver, sofre um desfolhamento pois uma das distrações prediletas de Ket, é exatamente, cortar folhas pelo talo e simplesmente vê-las cair... Tenho feito o que posso para que Ket não se sinta solitária, mas, vejam a pôse quando vou conversar com ela...

Este é o MEU Jacamim, ele é muito apegado a mim e , quando estou andando pelo quintal, ele costuma correr e sem que eu espere, deita-se em meus pés e abre as asas, fazendo um canto de amizade. Ele é muito valente, e creiam, faz as vezes de um bom cão de guarda..Tem um modo caracteristico de cantar quando está assustado ou com raiva, e sempre que estou dentro de casa e alguém vem para visitar , ou á negócios, ele avisa e, geralmente assusta as pessoas, Ele é muito apegado a mim, e agradeço a DEUS, por ter proporcionado esta amizade, que , se parece estranha, é VERDADEIRA.

                                                             Ecy  Monte  Conrado

                                                E pensar que um dia fui um temivel predador....

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Isto é Amazônia

 Ha tempos atrás,um garoto filho de um amigo meu, me pediu que fizesse um trabalho de aula, em forma de desenho. Nele o Professor pedia que o aluno mostrasse em um único desenho, várias faces da natureza Amazônica.   Sem tempo para criar um desenho em Bico de Pena, resolvi, fazer sem muito estilo este quadro que agora crio coragem de mostrar. Uma Arara, pela sua beleza um símbolo inconteste de região, está pousada bem ao lado de um tipo de Orquidea, planta de tantas variedades por aqui, e logo abaixo coloquei, um buquê de Flores Caboclas, e na base, árvores, com Macacos pulando. Entre o longo rabo da Arara e o galho que a sustenta, fiz Estrelas, simbolo das noites de verão, quando mesmo sem luar,o cèu de nossa terra, é um grande tapete de luzinhas que piscam iluminando o infinito.Fiz um espaço para os Insetos, depois os Peixes, os Jacarés, as Cobras, e no canto, um antigo Curina. Subindo na mesma direção, entre uma bifurcação dos galhos, as Palmeiras de Açai, e na parte superior, as belas folhas do galho servem de moldura para uma típica Paisagem Ribeirinha.  O garoto nunca veio buscar o desenho.Talvez pensou que eu não o tinha feito, e ele ficou entre cadernos que guardo. Hoje ao procurar um dos únicos desenhos que tenho de quando começei a desenhar na selva do seringal, encontrei-o e resolví publica-lo e deixar que vocês façam o julgamento que seria feito pelo  Professor: estaria bom assim ? 

                                                       ECY  MONTE  CONRADO  

   Cada um de nós, vê com os olhos e o coração o que amamos.  Eu vejo assim, e você  ???

terça-feira, 17 de abril de 2012

O Queixada que até a Onça respeita


       Este Porco até uns quarenta anos atrás, era encontrado com facilidade em quase todo o Amazonas.     Formavam Varas de cem [100] indivíduos ou mais, e eram muito destemidos. Com frequencia, em bandos enormes, apareciam nas casas de seringueiro e até mesmo nas Vilas e pequenas Cidades, e nada os fazia mudar o curso do caminho que vinham percorrendo. Um dos últimos grandes bandos que apareceu em nossa cidade foi no ano de 1968, quando surgiram na periferia da cidade e passaram pelos campos de gado e sairam na orla da cidade rumando para o Lago dos Portugueses, e de lá atravessaram o rio Juruá, indo então rumo ao rio Tarauacá. Para a população da época foi uma festa, já que quase todas as famílias conseguiram matar alguns animais e ficaram com carne para se alimentar por dias.   Na selva, eles são respeitados por todos os animais; costumam matar e comer o que estiver em sua frente, não dispensando cobras ou outro bicho qualquer. A temivel e respeitada Onça Pintada, nosso Jaguar, não os enfrenta de frente. Quando vê um bando, sobe em uma árvore e ataca o último da fila, pulando em cima. Quando estão nervosos, ou  perseguido por caçadores humanos, eles despreendem um fétido cheiro de uma glandula que se localiza no fim do dorso do animal, e este cheiro é tão forte que impede a continuação da perseguição. Eles tem uma caracteristica de fuga, correm descrevendo círculos que vão crescendo de  tamanho a cada volta, então o ardiloso ser humano, evita a perseguição seguindo o bando, e cria atalhos, e assim pode matar muitos animais.  Na verdadea sua carne é de um sabor inigualavel, principalmente quando é época de frutas na floresta, e eles estão gordos.  Apesar da grande perseguição pela sua carne, [agora não se vende mais a sua pele] é um animal que ainda existe em grande quantidad e creio não estar em extinção. 
                                                                   
                                                         Ecy  Monte  Conrado   
                            Ainda temos muito o que preservar...precisa acordar para a realidade.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Entre as raizes de um Apuí, se vê um barco.

Nós chamamos esta árvore de Apuí.  Fora da nossa região ela é conhecida como Figueira. Aqui tambem a citamos como Árvore Assassina, pois ela nasce de uma pequena semente que algum pássaro deixa no alto da Copa de uma árvore qualquer, e, ela germina, vai crescendo, se expandindo, mas rumo ao solo, e finalmente quando toca o solo, já tem sido construido em sua descida uma verdadeira rêde que envolve todo o tronco da hospedeira e então, ela se fortifica com pequenos tentáculos que vão sugando a seiva da vítima. Por fim, depois de algum tempo, não se vê sequer vestígios da primeira árvore e, o Apui continua a crescer, deixando que de cada galho seu saiam raizes que se multiplicam, formando um imenso amaranhado de galhos.  Deixei que um barco típico de seringal passa-se ao largo, para destacar a mórbida beleza desta árvore. 
                                                            Ecy  Monte  Conrado
                                              A  beleza, muitas vezes cobra caro para existir.

Ontem fiz uma postagem sobre as Campinas. Áreas que se enchem de água, alagam e não vazam mais.    Geralmente nascem de voltas [curvas] que o rio rebenta na sua parte mais estreita e não retorna mais ao normal, faz daquele atalho o novo leito. Forma-se um lago e a posterior, o alagamento permanente vai matando as árvores grandes, e se criam muitos capins e arbustos que se entrelaçam e dificultam o trânsito, mesmo em canoas pequenas.    Esta situação é propircia a formação de um gigantesco viveiro de algumas espécies de peixes, tambem de aves, que nidificam com seus ninhos bem baixos, pois é dificil para os predadores chegarem lá. Muitos macacos tambem ficam frequentando as grandes Campinas, e como não poderia deixar de ser, os Jacarés Açu, e Tinga que sentem a enorme densidade de peixes, e sabem que é fácil pesca-los ali.  se atentar para este desenho, verá uma cobra que se dispõe a lançar o "Bote" sobre um pequeno Socó, que já a presentiu.Esta parte da selva sofre uma mutação muito grande e, depois de anos, o que impera são os capins. 

                                                 Ecy Monte Conrado  
     Na Natureza, tudo se recompõe. Coisas morrem, para que outras nasçam, e assim o ciclo de vida gira!

domingo, 15 de abril de 2012

Pequena correção.

ao finalizar a última postagem, eu falei: vá e se devirta...o certo é, divirta.Perdão, foi uma falha causada por pura falta de atenção.   Minha esposa está indo amanhã para a capital em tratamento de saúde, e confesso que etou meio desligado. Mais uma vez, peço sinceras desculpas, por todas as falhas que possa ter cometido.

                                                       Ecy   Monte   Conrado

Curiosidades de nossa gente.Pesca na Campina.

No mês de Março, começam a fugir para o Oceano as grandes águas que todo ano inundam parte da Amazônia, e para nós, começa o que errôneamente chamamos Verão.  Errado porque é tempo de frio no Hemisfério Sul, e aqui, também faz um pouquinho, sempre que as frentes frias vindas da Antártica, chegam ao Sul,Sudeste, avançam pelo Centro-Oeste , terminam chegando até nós,em forma de "Friagens".Logo depois dos dias de frio, começam dias ensolarados, porém cheios de ventos constantes, e a própria Natureza parece festejar, quando ouvimos mais cantos de pássaros, mais atividades dos animais na Selva, e o sol, mesmo exuberante, neste período, não maltrata tanto a pele da gente. Em Maio, Junho, a selva está seca, enxuta, o clima ameno permanece e é hora que surgem as Campinas, lugares em que a selva permanece alagada e a mata vai morrendo aos poucos.

Mais curiosidades de nossa gente,

sábado, 14 de abril de 2012

Uma comida típica dos seringais.

Nestes meses de Março e Abril, existe uma fartura grande de peixes em nossa região. Os peixes desovaram em Fevereiro, os mais retardatários, pois desde Novembro algumas espécies já estão neste processo.  Agora já no meio do mes de Abril, os peixes engordaram, sobretudo as Matrinchãs, que é um peixe voraz e se alimenta de tudo que encontra em seu caminho. Pacus, Sardinhas, e mais uma infinidade de tipos, estão cheios de banha e sua carne fica macia e deliciosa. Aqui na cidade de Eirunepé, é uma época em que,ao passar pelos bairros, se sente o cheiro bom de peixe assado na brasa. É um tempo feliz, pois todas as famílias tem fartura na mesa, e comida de excelente qualidade. 

Um registro dos macacos ACARÍ.

Vi um documentário na TV, e também lí em uma revista, que os Macacos Acari, tem seu território habitacional em outras regiões da Venezuela,  e aqui do Brasil, em cada um destes locais, uma das duas espécies diferentes: a Branca e a Marrom. Nossa região não é mencionada, e quero então avisar, divulgar que aqui, não só temos os Macacos Acaris, como temos as duas espécies de uma só vez.  a Fauna brasileira é muito diversificada, e a Amazônia sozinha representa um verdadeiro Continente, com muita variação na Flora e Fauna, que vão variando de rios para rios, tendo cada lugar as vezes espécimes com as mesmas características e seu aspecto físico bem diferente,em tamanho e cores.  Muitos outros animais que dizem não existir nesta área, as vezes não foram vistos, por não terem feito uma pesquisa mais profunda, o que iria onerar a missão.  Não é culpa dos informantes,é apenas uma falta de conhecimento natural, se levarmos em conta a imensidão de nosso País.

                                                               Ecy  Monte  Conrado  
  A selva, minha sala de aula; o tempo que viví nos seringais, meu Curso de Amante da Amazônia.

PORAQUÉ o Peixe Elétrico do Rio Eiru

Creio que o Poraqué, embora possa ter outros nomes regionais, exista em todas as regiõs do Brasil, ou na maioria delas. Aqui existem tres tipos conhecidos e comuns, mas temos tambem um espécime raro que dificilmente é visto e que talvez nem seja catalogado nos livros de Biologia.  O menor deles, de cor cinza escuro, quase preto é o mais temido pelos caboclos da região que contam ser comum verem ele encostar em uma palmeira de Açai, no época das cheias, e dar choques na árvore para derrubar caroços da fruta. Eles acreditam que, dos tipos comuns, este é o mais poderoso, de mais potencia elétrica.  Sempre depois das cheias, podemos encontrar dentro da floresta em áreas de varzea, pequenos poços de até tres metros de circunferencia, que ficam com água, e cheios de peixes de um tipo chamado Tamboatá, que tem como cobertura do corpo anéis de casca sobrepostos, e que chega a medir vinte e cinco centimetros.  São muito apreciados por todos da região que  que acham sua carne um manjar,e quando encontram um poço destes, eles se reunem para despesca-lo, de onde tiram uma grande quantidade de peixes. Mas para conseguir pescar os peixinhos, os pescadores tem que entrar dentro do buraco [meio metro de profundidade] e  com as mãos, ou com auxilio de cestos,pesca-los, devem primeiro matar um casal  de Poraqués do tipo vermelho [cresce até um metro e meio] que fica junto com os peixes e, que segundo os caboclos é a causa do poço nunca secar enquanto eles forem vivos. Presenciei um grupo de cinco rapazes do seringal que estavam meio embriagados [não tanto]  e que descobriram um destes poços e foram retirar os peixes com as mãos. Foi engraçado, pois os incautos tentaram ignorar os Poraqués que deram choques e causaram uma algazarra.  Este tipo vermelho tem um primo um pouco menor, cuja maneira melhor de identificar, é que ele tem a barriga mais clara, quase totalmente branca.Estes espécimes são comuns nos lagos, e é sempre acontece de alguém fisga-los em um anzol, o dificil mesmo, é retira-los, de lá. Geralmente são arrastados pela canoa, com a vara de pescar bem estendida, para ele não tocar na mesma, pois se o fizer dará um choque que pode jogar as pessoas na água. Quando encostam  o barco em terra, retiram da água o Poraqué com o auxílio de varas secas. Aqui existe tambem um peixe que chamamos Sarapó, e que ví recentemente em um documentário em um Canal de TV, alguém mostrando-o como um peixe elétrico. Achei engraçado, pois era o mesmo peixe que conhecemos como Sarapó, e posso assegurar que, ele não é elétrico,[ a não ser que os daqui, estejam com os fuziveis queimados].  Na verdade eles servem para fazer isca para pegar Pescada nos lagos, com um tipo de pesca chamada Camurim. Mas deixem que eu conte uma aventura que vivi, pois encontrei um dos PORAQUÉS GIGANTES, do qual sempre eu ouvia falar, mas já acreditava que era mais um mito, uma lenda e não existisse.  Sempre me contavam que algumas pessoas tinham visto um enorme Poraqué e que ele mederia mais de quatro metros. Eu ouvia e tinha curiosidade de encontrar um para ver e poder acreditar. Cheguei a oferecer um bom dinheiro para quem me trouxesse um exemplar, isto nunca aconteceu, mas, em uma noite de um mes de Agosto quando o rio estava no limite mínimo de águas, eu estava com dois empregados, pescando perto da casa de um seringueiro que havia emprestado uma canoa. estava com uma "Zagaia" aquele tridente, usado em pescarias, e, com o rio raso era possivel visualisar os peixes que ficam bem na beira para dormir, e fugir de seus predadores naturais. Eu usava uma possante lanterna de pilhas, e nesta pequena curva de uma praia, ví um enorme peixe se mover, não reconheci o que era, indiquei com gestos o local para os remadores, e foquei já bem perto. Notei que era um animal de grande tamanho e roliço, eu estava com a zagaia pronta para desferir o golpe, mas parei ao ver o tamanho, e pensei que era uma cobra Sucuri. Fiquei quieto, eu sabia que ela não atacaria se eu não a agredisse, e o animal se locomovia bem devagar em meu rumo. Com a água clara desta época no rio, finalmente reconheci o formato de um PORAQUÉ. Confesso que fiquei aterrorizado. Ao constatar que realmente era um Poraqué Gigante.  Fiz sinal para recuarem a canoa, e mandei [falando bem baixo] que colocassem a canoa de lado para que eles tambem pudessem ver o animal, e eles quase morrem de medo quando o viram. Recuaram a canoa as pressas e saímos rumo ao Batelão que estava no porto do seringueiro.  Não deu para ter uma idéia do tamanho exato daquele animal, mas posso garantir que tinha mais de tres metros e era bem grosso. Creio que este especime é muito raro e talvez nem seja conhecido oficialmente. A Amazônia é um mundo perdido, cheio de mistérios ainda não desvendados, e o meu medo, é que quando realmente quiserem estuda-la com seriedade, muita coisa se tenha perdido, extinto pelo descasso que se faz deste Tesouro Biológico.

                                                    Ecy  Monte  Conrado 

Ajudem a salvar a Amazônia.Ainda está em tempo de conhecer muitas maravilhas da Flora Fauna.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Agradecimentos

  Hoje meu Blog atingiu o número de 1008 visitantes. Quero agradecer a todas as pessoas que visitaram e VISITAM, este Blog, pois ele, apesar de humilde, trás os sonhos deste velho seringalista, de através dele, presta um tributo ao povo da selva, aos heroicos seringueiros e suas famílias.    Como  está declarado em minha pequena biografia do Blog, sou um Auto-Didata, ex-seringalista que passou mais de trinta anos convivendo e trabalhando com estas pessoas maravilhosas, simples e de costumes as vezes exóticos. Falo sempre e retrato os animais de minha região, esta Arte, adqueri observando seus costumes, sempre que possivel. Os Índios Curinas[Kulinas], foram outra fonte deste aprendizado, com um fraterno relacionamento e um recíproca amizade. Assim, Brasileiros, Norte Americanos, Russos, Alemães, Franceses, Portugueses, Paraguaios,Ingleses,Tailandeses e Ucranianos, saibam que tenho por vocês, um imenso sentimento de gratidão ao visitarem este Blog nascido no seio da floresta Amazônica, para levar informações de um povo bom, puro, humilde e muito cheio de calor humano.  O B R I G A D O!!!!!!!!!!!!!!

                                                        Ecy  Monte  Conrado

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ataque a um bando de macacos Barrigudos

Gaviao Preto em ação

Este Gavião de coloração tendente ao negro, com pequenos detalhes brancos, tem o tamanho médio, mas é um eficiente caçador de macacos.Seus alvos prediletos são os Barrigudos [Porque são lentos] e os Gauribas [ Bugios ] que costumam ficar deitados cedo das manhãs,em cima de galhos em volta do líder enquanto ele, lança nos ares seus urros, que são apoiados pelo canto do bando todo. Este canto é ouvido ha grandes distancias, e na época dascheias, ultrapassa os tres quilometros dentro do s Igapós, [a mata submersa].Nestes momentos, estão com a guarda aberta, e de certa forma ficam vulneráveis.  Costuma ser visto voando em círculos por sobre o local onde se desloca um bando de macacos.  Os caboclos e índios, comem sua carne, e dizem que é mais saborosa que carne de Galinha.  Dificilmente ví um deles em áreas de várzea, estão sempre nas terras firmes.

Apelo aos visitantes.

Desejo muito saber a opinião das pessoas que prestigiam meu Blog, seja do Brasil ou de outro Pais.              O artista, gosta de saber como as pessoas vêem seu trabalho.  Deixem suas impressões, comentários, críticas, quero a cada dia levar mais de meu conhecimento de caboclo amazonense e partilhar com todos vocês. Obrigado.   
                                                                     
                                                               Ecy Monte  Conrado

Ainda na trilha da Saudade.


O povo  da região costuma dizer que "o que Deus deixou,o homem não acaba.", eles se referem a extinção de animais,tão apregoada na TV, e nos estudos de Biologia. Claro que nem faz sentido falar barbaridades assim, basta parar para lembrar que, há trinta anos atrás, se comprava Tambaqui, todos os dias no mercado, e os menores oferecidos pesavam mais de vinte quilos. Hoje 90% dos Tambaquis consumidos, são vindos de açudes que pesam em média 2,1/2 quilos.  Estas aves que vemos na gravura, que estão assustadas com a presença de um Gavião próximo a elas, são as Ciganas, aves que os Biólogos afirmam, serem ainda parentes dos Dinossauros.  Ha quarenta anos atrás, nos lagos próximos a cidade, se encontrava com facilidade,bandos imensos, e mais de um bando por lago. Agora para vê-las, tem que ser distante da Cidade e ter sorte para encontrar um bando, geralmente com uns cinco ou seis indivíduos.  Torno a repetir que está passando da hora do Governo Brasileiro, deixar de estar apenas falando em preservação das espécies, e começar a ATUAR de fato.  Não será tão custoso fazer uma campanha de esclarecimento ao povo ribeirinho e das pequenas cidades, tais como a nossa.  Que se gaste na elaboração de DVD'S,folhetos explicativos e que se inclua no Curriculo Escolar, em forma de matéria didática, aulas de esclarecimento e conscientização, para se conseguir a adesão do povo.  O resultante desta ação por certo, sairá por um preço módico se comparado ao grande resultado que obterá.

                                                            
                                                              Ecy  Monte  Conrado

Preservando os nossos Animais, a nossa Fauna, estamos  guardando para as gerações futuras, um tesouro que Deus nos deu. Temos obrigação de saber administrar.

domingo, 8 de abril de 2012

Revendo com saudades.


Já postei este desenho anteriormente, mas hoje reencontrei antigos seringueiros que trabalhavam comigo no rio Eiru, vieram me visitar e tomar um café, e depois de relembrar fatos e o bom tempo que passou, resolvi mostrar este meu trabalho.  Eles são pessoas simples e fiquei muito feliz quando, no seu modo puro de falar me perguntaram: onde é que você tirou este "RETRATO"?  eles nunca falam foto, só dizem, retratos. Expliquei que esta é uma paisagem fictícia e que a semelhança com locais conhecidos é exclusivamente fruto, da minha imaginação pelo tempo que convivi nos seringais.  Eles continuaram a acreditar que é uma foto.  Na verdade, é assim em uma "Colocação" de centro. Geralmente um Igarapé estreito, uma casa, e uma velha canoa que permanece mesmo  quando o Igarapé seca, para pescar próximo a casa em poços que ficam cheios de peixes, Pacus Mafurás, Piaus, Mandis e outras variedades de peixes pequenos que chamamos: Piaba. Tenho novos desenhos para postagem, sobre animais e tambem focalizando a passagem de um barco Regatão os comerciantes itinerantes da Amazônia. Breve os colocarei para apreciação.
 
                                                              ECY  MONTE  CONRADO 


                                               Recordações, são muitas vezes renascer no passado.

                                                               Ecy  Monte  Conrado
        

sábado, 7 de abril de 2012

Como era o Sábado de Aleluia até os anos 70, e 80.

Misturar a religião, com costumes pagãos, foi sempre uma constante entre os povos antigos.  Na década de 60, quando cheguei em Eirunepé, persistia o costume de enforcar um boneco de palha e com roupas comuns, que lavava o nome de Judas, em alusão ao discípulo de Cristo que o traiu.  As pessoas se reuniam cedo da noite, e em passeata saiam pelas ruas da cidade para o local onde seria feito o sacrifício. Após esta cerimonia, onde o judas era apedrejado e enforcado sob gritos de acusações, as famílias, retornavam a suas casas e os rapazes. ficavam na praça até as doze horas quando então iriam "SERRAR" alguém.Era uma crítica a algo que fosse caracteristico de algum habitante antigo, ou mesmo só para zoar com aqueles que ficavam com muita raiva.   Ao chegar próximo a casa da vítima, um dos rapazes, com a voz tremula, pedia a mão de uma das filhas solteiras em casamento, outros respondiam pedindo dinheiro para atender ao pedido, e para enfurecer de vez o homem ficavam dizendo que ele tinha muito dinheiro escondido. A cada nova acusação eles serravam uma caixa velha entre os gritos de aprovação da platéia. As vezes falavam acusando, que sabiam de suas"puladas de cerca", e geralmente o dono da casa saia com uma velha espingarda nas mãos e com cartuchos carregados com sal no lugar de chumbo,e atiravam rumo a multidão que se espalhava quando o viam com a arma  na maior algazarra. Dificilmente alguém se feria, era um divertimento tradicional, bem provinciano e prestigiado por todos que se divertiam a valer.  Em 70, 80 o Judas foi mudando, já existia luz eletrica, e estas incursões nas casas perdeu o sentido.   O próprio Judas passou a ter uma conotação política e sua figura era sempre associada a alguma autoridade que não tivesse sendo aprovada pelo povo. Sempre era uma crítica, que ficava sendo comentada por semanas a fio. Hoje em dia a própria Religião perdeu forças de misticismo, e dificilmente se vê em algum Poste de iluminação um Judas pendurado.  Era costume tambem usar o Sábado para roubar galinhas que logo eram depenadas e assadas pelos festeiros farristas em companhia de uma boa "pinga", para o bem de todos... Hoje em dia, os larápios da cidade usam o sábado como desculpa para justificar o crime de ROUBAR galinhas alheias.


                                                           Ecy  Monte  Conrado

                   Tradições, casos, festas, costumes enfim, guardam na saudade, a historia de um povo.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

A Semana Santa antiga nos seringais.

Quando cheguei na década de Sescenta, muitos costumes presos a religião ainda eram mantidos com muita rigidez pelos caboclos que tinham um respeito muito especial pelas coisas Divinas.                                          Ninguém, por nenhuma razão do mundo, comeria carne vermelha, durante a semana toda.                            Nos dias"maiores", quinta e sexta feira Santa, não se comia nada, salvo se a pessoa tivesse menos de sete anos. Não podia brincar, gritar, falar palavrões, namorar,tomar banho, pentear os cabelos, e os mais devotos chegavam ao exagero de nem sair debaixo dos mosqueteiros.  Ainda eram pouquissimos os evangélicos, e a Igreja Católica era quem estabelecia as normas de conduta de seus fiéis. Eirunepé naquela época tinha uns quatro mil habitantes na cidade, e a Igreja Matriz, tocava seus sinos para tudo: anunciar a missa matinal, anunciar as doze horas do meio dia, as seis da tarde,casamentos, e até quando morria alguém tinha um badalar diferente e sombrio, para anunciar o falecimento. Era tradição, mas na Semana Santa, esta tradição calava, e, os padres tinham uma caixa de madeira tamanho médio, na qual instalaram um dispositivo  que, acionado por uma manivela fazia um barulho semelhante ao de metralhadoras modernas.  A molecada toda queria carregar a caixa pelo centro da cidade e em cada esquina, fazer anunciar o horário das misas, novenas, procissão etc. Chamavamos de MATRACA, a engenhoca.                                                                                                       Pode ser que,agora seja considerada, ultrapassada, careta, ou algo assim, mas sem saudosismos afirmo que havia mais FÉ, mais AMOR, mais FRATERNIDADE eoutros valores que ruiram com a chegada do progresso.  Tempos idos, e agora, rastreados apenas pela saudade de poucos que ainda recordam com nostalgia, o matraquear, caipira daquela caixa, que anunciava uma ligação com o CÉU.

                                                            Ecy  Monte  Conrado  

   A verdadeira Fé está dentro de cada um de nós. Podemos fingir para os humanos, mas jamais enganaremos  a DEUS.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Mais um amigo em nossa casa



Esta ave que usa esta bacia como piscina, é o famoso Jacamim.  Fomos a uma viagem para o alto rio Gregório, um importante afluente do nosso Juruá, bem acima de Eirunepé, para fazer um levantamento de poder Produtivo e Socio-Econômico,da região, para a Prefeitura, e depois de viajar cinco dias dentro do rio, já de posse das informações que nos interessava, voltamos. As pessoas nos chamavam, e sempre queriam vender algo ou negociar um pouco de Diesel que usam para colocar nas lamparinas de iluminação. Em uma destas casas, eles tinham um Jacamim, que estavam pensando em matar para comer,. O animal estava preso em uma pequena jaula feita de varas e muito assustado. Perguntei quanto custava uma Galinha das que as pessoas criavam, eles informaram um preço e então fiz uma proposta: eles queriam matar o Jacamim para comer, ele era um animal ainda novo, e não tinha tanta carne, então propus comprar tres galinhas grandes e dar em troca do Jacamim. Foi feito o negócio na hora.Trouxemos ele dentro de uma caixa grande. Quando chegamos em nossa casa, tratamos uns pequenos ferimentos que ele tinha, e o colocamos em um quintal que separamos só para nossas Galinhas. Foi uma confusão,nem os galos o aceitavam como amigo, todos tinham muito medo dele.  Ele chegou a fugir do quintal e uns meninos que residem próximos  nossa casa, o trouxeram de volta, Recompensamos os garotos e resolvi traze-lo para a parte de um grande quintal onde fica a casa. Dei na mão uma banana para ele comer, tentei acaricia-lo, mas ele estava arredio.Era um Sábado e resolvi que passaria o dia perto dele.Coloquei-o embaixo de uma Goiabeira e ele comeu umas tres frutas, levei-o tangendo[ Até hoje ele não gosta que o segurem ] para perto de uma bacia com água e deixei que ele bebesse.A noite ele voou para um galho alto de uma Mangueira e lá passou  a noite. Aos poucos ele foi se adptando, hoje é um grande amigo meu, gosta demais de ser acariciado na cabeça chegando a ficar como que hipnotizado. É valente e nos serve como cão de guarda.Me segue aonde vou no quintal e quando chegam pessoas estranhas para vir a nossa, casa geralmente temos que correr para acudir os estranhos para livra-los de muitas bicadas dolorosas. Sempre que vem estranhos ele canta, e seu canto é um trinado forte e demorado. As noites ele sempre canta na madrugada. Na selva é bonito ouvir um grande bando deles cantar várias vezes durante a noite.. Ele tem um hábito engraçado: quando me vê andando pelo quintal, corre e se deita bem na frente de meus pés, abrindo as asas, por vezes quase chego a atropela-lo, pois ele faz isto sem avisar. Sempre que minha esposa está lavando roupas, tem que separar uma bacia e colocar água para ele se banhar. Toma um longo banho, logo em seguida se deita com as asas abertas na grama para se secar. Quando estou sentado em um banco de madeira na nossa varanda, ele sempre está por perto e pula em cima do banco para ficar a meu lado.  Sempre que uma Galinha está de Pintinhos novos, temos que ter  cuidado para ele não maltratar a Galinha, pois ele quer dar comida aos Pintinhos e ela pensando que ele quer mata-los não permite o assédio, e então ele fica bravo e se não interferirmos ele pode machucar sério a galinha. Esta situação dura uns tres dias até a Galinha se acostumar e dividir com ele a tarefa de cuidar dos pintos.  Cedo da manhã ele desce do galho onde dormiu e vem para perto da porta da cozinha me esperar. Quanto levanto, venho tomar um cafézinho, e ele já me espera para comer uma banana. Vem em casa umas cinco vezes por dia para se alimentar, e nos avisa emitido uns ruidos que já conhecemos até o significado, pois se não nos vê por muito tempo,vem e dá uns gritos engraçados. Ele, bem como nossa Curica, vivem soltos e felizes conosco que os amamos.
                                                                    Ecy  Monte  Conrado


      O Jacamim,deixa de comer para dar sua comida a pintinhos novos. Seria bom que muitas pessoas seguissem seu exemplo de bondade e respeito ao próximo.