sábado, 4 de fevereiro de 2012
"Quinzenas"as viagens de trabalho.
Logo que eu cheguei a Eirunepé, meu pai disse que eu ficaria viajando com um irmão meu, que estava tambem vindo por causa da persegução política aos estudantes, e já tinha chegado bem antes. A ele caberia a missão de me ensinar como gerenciar um seringal. Cheguei em Eirunepé as dez de uma noite bonita de verão,e as onze da manhã seguinte eu já embarcava para conhecer o seringal, ver o trabalho de meu imão e ajudar em tudo. O nosso barco era bem pequeno, não oferecia nenhum conforto, transportava mercadorias que não tinham nos depósitos do alto rio Eiru, e apenas cabia duas toneladas de carga. Era muito apertado, tinha-mos que viajar sentados ou andando dentro do barco com dificuldade. Nossa querida Mãe, nos deu uma vasilha com comida feita por ela {cozinhava divinamente bem!}, carne assada com farofa arroz e macarrão. Esta comida alimentou a meu irmão um velho empregado da família que estava conosco há muitos anos, e a mim que nesta idade comia muito e ainda estava matando a saudade da comidinha de casa por um dia.Vindo da Capital, cheio de ideias socialistas, ainda sob a influencia dos livros revolucionários e revoltado com o golpe militar, eu até esqueci tudo qundo nosso barquinho que tinha descido um pouco o rio juruá para entrar no rio Eiru, começou a sangrar suas águas. O rio é estreito, cheio de árvores caídas, e naquele anos centenas de jacarés de todos os tamanhos nos olhavam passar, enquanto se esquentavam ao sol nos barrancos. Araras, Papagaios Garças variadas, e outros animais cortavam os ceus, e ajudavam a amenizar a mesmice da paisagem, e o barulho constante e "chato" do nosso motor de rabeta. Vou dividir este relato em tres etapas, pois preciso me alongar para que entendam. Para deixar você mais divertido, deixe-me contar que este volume que vê em cima do toldo do barco, era um pequeno fogão feito em uma lata vazia com barro, usava lenha, e muitas vezes depois de esperarmos horas por uma comida, o barco trombava com um tronco submerso e,lá ia nossa comida, fogão tudo para dentro dágua. Era um trabalho de aventura que desenvolví por muito tempo. O desenho mostra, o que era uma rotina: desencalhar o barco dentre os obstáculos.
Ecy Monte Conrado
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